Eu não tenho idade, eu tenho tempo

Postado por: Janaína Portella

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Elza Soares, hoje aos 91 anos, nos últimos anos dedicou seu trabalho às pautas antirracista, anti-homofóbica e pela resistência feminista, tendo em 2015, com a música “Maria da Vila Matilde” – “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”, tendo inaugurado o álbum A Mulher do Fim do Mundo. Mas, é na biografia escrita pelo jornalista Zeca Camargo, que afirmou “Eu não tenho idade, eu tenho tempo”.  Essa frase, antes já refletida e absorvida em minha mente, me foi emblemática nesses últimos dias, me conferindo alguns ensinamentos próprios e, significa para mim que, pouco importa a idade que tenho, o que me interessa é o tempo que ainda tenho e o que farei com esse tempo!

Sentir-se jovem, que mais acertadamente devemos usar o termo jovialidade, passa a ser um estado de espírito e não um critério biológico.

 As gerações Baby Boomers, X, Y e Z que correspondem a uma classificação que as empresas têm praticado para refinar características comportamentais para se destacarem no mercado competitivo, conforme o público alvo que desejam alcançar, perpassam padrões de realização pessoal, mas, sem sombra de dúvidas, é na geração Z que encontramos o padrão imediatista pelo sucesso.

O ser humano quer ser bem sucedido.  Aquela frase: faça o que ama para ser uma pessoa bem sucedida, pode também ser definida como: seja bem sucedido que você amará o que faz. 

Todos querem ter sucesso. E, inevitáveis alguns questionamentos do que corresponde o termo sucesso. Seria o saldo na conta bancária? Seria medido pelo dinheiro, imóveis e bens conquistados? Seria essa a métrica? 

Quando avaliamos qual o propósito da vida, aí sim, nessa reflexão, teremos o significado de sucesso para uma vida feliz como a de tornar o mundo um lugar melhor para todos dentro do que você pode contribuir.

A verdadeira riqueza está nos valores que você considera para uma vida feliz como as amizades, os relacionamentos e a família. E, aí vem o tempo. Não mensurando o tempo vivido, mas o tempo como fator de agora e de fazer valer a pena cada minuto e cada dia vivido.

Ao libertar-se de amarras impostas pelos padrões de sucesso reportado – ou esperado - ‘por outros’ tomamos consciência de que não precisamos agradar a todos, mas sim estabelecer nossas reais metas e objetivos próprios, deixando de querer agradar aos outros, mas, sim, realizando esforços para que a vida das pessoas com que você se importa seja um pouco melhor, em verdadeiro compromisso social.

O choque de gerações em que vivemos é plenamente natural e, os comportamentos antes tidos por padrões corretos não mais atendem as atuais necessidades de aceitação da diversidade, da inclusão, do respeito a todos e todas. 

E o tempo é o de hoje. Eu tenho esse tempo – e o compromisso de fazer com que o dia de hoje tenha valido a pena.


Janaína Leite Portella

              Advogada, Professora universitária,

                                  Empresária e Vereadora
      janaina@leiteportellaadvogados.com.br

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