A importância do tradicionalismo para o povo gaúcho

Postado por: Janaína Portella

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Os municípios do Rio Grande do Sul presenciam nas cerimônias de término da Semana da Pátria, no 7 de Setembro, a tradição da fusão da centelha da pira da pátria com a chama crioula. O ato é repleto de simbologias que rememoram os feitos relacionados à Revolução Farroupilha, marcada como a mais longa guerra civil da história brasileira.

E o que dizer do tradicionalismo? O Movimento de Tradições Gaúchas (MTG), define tradicionalismo como “um estado de consciência, que busca preservar as boas coisas do passado, sem conflitar com o progresso, através do cultuar, vivenciar e preservar o patrimônio sociocultural do povo gaúcho”.

Do nascimento da 1ª Ronda Crioula do Tradicionalismo (1947), por iniciativa de Paixão Cortes, realizada no Colégio Júlio de Castilhos; da fundação do 1º CTG - 35 Centro de Tradições Gaúchas (1948), também em Porto Alegre, tendo como fundador também Paixão Cortes e, do início de tudo com o grupo que ficou conhecido como os Oito Magníficos, em que Paixão Cortes e mais sete companheiros trouxeram os restos mortais de David Canabarro de Sant’Ana do Livramento para Porto Alegre, muito da história do tradicionalismo se tem a aprender, em que se reconhece que o movimento tradicionalista foi gradualmente criado a partir da reunião desse grupo de estudantes do Colégio Júlio de Castilhos (1947).  Da Revolução Farroupilha, marcada pela disputa do poder, dos latifúndios nas áreas pastoris, dos estancieiros e da base da economia pecuarista, ficaram os valores de um tempo passado como fatores que contribuíram para o progresso da sociedade gaúcha.

O atual presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris, informa a importância dos símbolos representativos para a sociedade organizada, tanto que os atos oficiais iniciam com o Hino Nacional e terminam com o Hino do Rio Grande do Sul, hino este que glorifica os feitos farrapos, “Como a aurora precursora do farol da liberdade, foi o 20 de setembro o precursor da liberdade. Mostremos valor constância nesta ímpia e injusta guerra, sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra”.  A par do hino, os signos formalizados por lei específica: a planta erva-mate, a ave quero-quero, o cavalo crioulo, a flor brinco-de-princesa, a planta medicinal marcela, o chimarrão e o churrasco, dão o contorno ao tradicionalismo que tanto aflora no mês de setembro.  Momento em que ouvimos as manifestações de diversos segmentos sociais no RS e que observamos a menção de que os gaúchos se orgulham do tradicionalismo e dos símbolos que representam a cultura gaúcha.

Além dos símbolos representativos, o orgulho gaúcho reside em seu povo, no sentimento de união e de solidariedade que tanto se expressa pela percepção de pertencimento.  Aqui, reside o melhor símbolo – o chimarrão, que motiva a ação coletiva de compartilhamento (resguardadas as questões neste momento de segurança sanitária em que alinhamos a ideia para: traga o seu chimarrão!)

Mas, é no sentimento de solidariedade em compartilhar o alimento que a sociedade gaúcha apresenta, em sua conjuntura socioeconômica, o olhar igualitário e de solidariedade aos seus pares. Isso é que vivenciamos nesse período de pandemia, em que muito se doou para os mais necessitados e vulneráveis, em que a população como um todo se compadeceu com o ‘outro’.

Os gaúchos se orgulham de seus símbolos, de suas virtudes e de sua história, que servem de matéria-prima para a construção de uma sociedade democrática.  Afinal, “sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra”!

Convido o leitor a acessar a página oficial do MTG (mtg.org.br). Neste sítio encontramos relatos da história gaúcha e dos movimentos tradicionalistas.



    Janaína Leite Portella

              Advogada, Professora universitária,

                                  Empresária e Vereadora
      janaina@leiteportellaadvogados.com.br

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