Chegou o Natal

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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No dia 28 de novembro, primeiro domingo do Advento, a humanidade iniciou a sua preparação para o Natal. Nas quatro semanas motivou-se à vigilância (cf. Mt 25, 1-13), à sobriedade (Mt 24, 45-51), à preparação para receber o salvador (Mc 1,3), à conversão como mudança de mentalidade e forma de agir (Mt 3,3-4). Isso em nome de um grande projeto. O olhar era dirigido para a “Coroa do Advento”, Ao longo das semanas as velas foram acesas e luz se tornava mais intensa à medida do caminho percorrido e da preparação que acontecia pela reflexão e oração.

A boa preparação é parte da espiritualidade do tempo do Advento. É tempo que motiva olhar para o mistério da vida que se renova e da esperança que se fortalece como virtude humana e, sobretudo, porque está ancorada no agir divino. Deus é o grande motivo da esperança humana.  

O Advento é o tempo da espera esperançosa, porque Deus não decepciona.  A partir do Advento, em processo de renovação, a humanidade começa a olhar para o Natal, a celebração do nascimento do menino salvador, sem deixar de olhar para os compromissos a serem assumidos a partir da fé. Estaremos celebrando esta data ainda com muitas preocupações, algumas certezas e outros tantos desafios.  É a celebração da luz contextualizada em nosso tempo. E toda a celebração provoca a entrada no mistério celebrado sem deixar de lado o chão da vida.

Compreende-se o Natal como a decisão amorosa de Deus de encarnar-se na trajetória humana na perspectiva salvadora. O verbo encarnado (Jo 1,1), noticiado com alegria pelos anjos (Lc 2, 13-14), acolhido como referência pelos pastores (Lc 2,16) revela que Deus não abandona seu povo. Ele se faz humano para elevar a nossa humanidade (Fil 2,5), para iluminar os que viviam nas sombras das trevas (Jo 1,3), acolhido como salvador universal pelos diferentes povos O Natal é tempo da festa e da alegria, estas bem fundamentadas, porque Deus decidiu vir ao encontro dos homens e mulheres encarnado no menino que nasceu em Belém e que fez de uma noite marcada pela adversidade verdadeiramente uma noite feliz.  O olhar, agora, é dirigido pelo presépio. A criança, junto com seus pais, e os animais traduz o caminho que Deus encontrou para se fazer humano como os humanos sem perder a sua divindade.

O Natal é fruto da iniciativa divina e da colaboração humana. Deus tomou a iniciativa de encarnar-se e, para isso, contou com a colaboração da jovem de Nazaré e do carpinteiro José. Ambos deram “sim” de forma diferenciada e a assertiva dada ao Pai mudou suas vidas. Ao escolher a família de Nazaré Deus revelou o desejo de ter uma família e, através de uma família, na condição frágil de uma criança mostrar ao mundo seu rosto amoroso e o caminho da salvação. O nascimento do menino em Belém é fruto de um diálogo amoroso, colaborativo e responsável em vista de um bem maior (Lc 2,11).   

Cabe à humanidade celebrar o Natal a partir de um compromisso na fé. Ali se revela o mistério amoroso de Deus só experimentado na sua força e profundidade se celebrado com fé. A dimensão de confraternização e encontro de familiares e amigos fica sem vigor senão tiver o fundamento da fé. E a fé vai permitir mergulhar no mistério de Deus que se revela no menino nascido em Belém. A iniciativa divina assessorada pelo sim de Maria e José espera o assentimento e acolhimento da humanidade.

 O menino Jesus, que contemplamos no presépio, é para nós, a Palavra de Deus encarnada, que dá sentido e direcionamento para a nossa vida (cf. Revista Vida Pastoral, p. 62.). Deus espera a decisão da humanidade acolhê-lo. Assim como os pastores e os reis estrangeiros cada ser humano é convidado a ir a Belém para encontrar-se como o menino e deixar que o seu coração seja a manjedoura que receberá na criança, a luz que jamais se extingue. Assim como os pastores e os reis estrangeiros cada ser humano sairá do encontro com o menino transformado, convertido, como sugeria João Batista (Mc 1,4).

O Natal chegou. Vivamos o Natal. Deixemos que a criança nascida em Belém nos converta e caminhe conosco rumo à Salvação.

Pe Ari Antonio dos Reis

 

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