Há 440 anos Papa Gregório XIII (1502 a 1585) exercia a missão
de Sumo Pontífice da Igreja Católica e, em 24 de fevereiro de 1582, pela Bula
Inter Gravíssimas, promulgava o Calendário Gregoriano, em substituição ao
Calendário Juliano implantado por Júlio César, em 46 a.C. O Calendário
Gregoriano, por praticidade e convenção, com críticas e elogios, fora adotado
para demarcar o ano civil em nível mundial, favorecendo e possibilitando um
melhor diálogo relacional entre as nações. Existem outros calendários, é
verdade, porém, prevalece às nações a orientação maior gregoriana.
Janeiro compõe o primeiro mês do ano civil e, pela cultura romana, faz alusão a “Jano”, deus romano das portas, passagens, inícios e fins. No Hemisfério Sul, janeiro acolhe a centralidade da Estação Verão e, coincide com o amplo período de recessos, férias laborais e educacionais. Culturalmente o 1º dia de janeiro, a cada ano, convida à confraternização universal e ao Dia Mundial da Paz, criado em 08 de dezembro de 1967 pelo Papa Paulo VI. Na tradição cristã católica celebra-se, ademais, a Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus.
O nascimento de um novo ano civil convida cada pessoa de boa vontade e grupos humanos a revisitar projetos, avaliar ações, atitudes, planejar e articular sonhos e objetivos particulares e/ou coletivos em prol do bem comum. Confraternizar e brindar um novo ciclo acarreta, por certo, o compromisso de discernir posturas e gestos praticados com vistas ao horizonte de sentido que descobre-se na manjedoura de outros 365 dias. Sabe-se que na construção deste caminho de alteridade cidadã, com intuito para a paz e a fraternidade, “há necessidade de pessoas capazes de tecer fios de comunhão, que contrastem os numerosos fios de arame farpado das divisões”, recorda Papa Francisco.
Francisco, assinou a mensagem para o 55º Dia Mundial da Paz, sugerindo alternativas possíveis para edificação de uma cultura de paz: “quero propor, aqui, três caminhos para a construção duma paz duradoura. Primeiro, o diálogo entre as gerações, como base para a realização de projetos compartilhados. Depois, a educação, como fator de liberdade, responsabilidade e desenvolvimento. E, por fim, o trabalho, para uma plena realização da dignidade humana. São três elementos imprescindíveis para tornar ‘possível a criação dum pacto social’, sem o qual se revela inconsistente todo o projeto de paz”.
Diálogo, educação e trabalho! Monsenhor João Benvegnú, Servo de Deus, dizia que “o diálogo abre caminho para solução de muitos problemas!” Fraternidade e Educação gestam a Campanha da Fraternidade, 2022, cujo lema diz: “fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). Trabalhar é compromisso e missão para vida em abundância (Jo 10,10) que aspira cuidados neste contexto contemporâneo.
Tenhamos, para 2022, coragem e ternura ao dialogar, educar e laborar. Maria, a jovem mulher e mãe, recorda a sagrada escritura, muitas vezes, guardava importantes experiências em seu coração (Lc 2,19), todavia, ousou proclamar o Magnificat (Lc 1,46-55). “No início do Ano Novo, coloquemo-nos sob a proteção desta mulher, a Mãe de Deus, que é nossa mãe. Que Ela nos ajude a guardar e meditar tudo, sem ter medo das provações, na jubilosa certeza de que o Senhor é fiel e sabe transformar as cruzes em ressurreições” (Papa Francisco).
Padre Leandro de Mello - @padreleojuventude. Passo Fundo, 04 01 2022.