Estamos ávidos pelo consumo de textos, vídeos,
podcasts, programas de rádio, de televisão, publicidade, memes, que contribuam
para nosso posicionamento e informação diante dos fatos do dia a dia, da
necessidade do aperfeiçoamento profissional ou mesmo intelectual. Mas, no mundo em que vivemos da imediatidade,
em que tudo que prende a atenção e merece ser lido e observado criticamente
possui seus 15 segundos para a chamada de atenção, muitos se esquecem, mesmo
profissionais de diferenciados segmentos, de avaliar por quem foi produzida a
informação, reconhecer a perspectiva e o ponto de vista que está sendo inserido
no conteúdo criado e posto à conhecimento para os mais diversos fins. Temos que ter a responsabilidade de
compreender que o que dizemos, escrevemos e compartilhamos nos meios tecnológicos
produz impacto.
A alfabetização midiática é a habilidade que toda e qualquer pessoa deve possuir de identificar os diferentes tipos de mídia e meios de transmissão da mensagem e compreender a mensagem que está se apropriando ou prestes a replicar para outras pessoas.
Parece simples, mas não é! Todos os dias identificamos inúmeras mensagens repletas de desinformação e que se proliferam em redes sociais.
A alfabetização midiática precisa ser ensinada às nossas crianças e adolescentes, tornando-se uma prática durante o período da educação formal e, deve ser disseminada junto à população para que se busque, quanto melhor possível, desenvolver o senso crítico de avaliação da (des)informação que se está (ou não) prestes a compartilhar ou reter para sí como algo verdadeiro. Para tanto, imprescindível formar nossos professores para que, munidos de estratégias, insiram nas rotinas educacionais a interação de acesso à informação, à liberdade de expressão, às bibliotecas e às mídias, desenvolvendo-se a capacidade crítica de avaliar que tipo de sociedade desejamos promover para o respeito aos direitos humanos, à democracia e ao desenvolvimento econômico e social com menos desigualdades.
O fato é que a desinformação, também conhecida como fake news, tem corroído os grupos de WhatsApp, as páginas em Facebook, Instagram, Telegram, Twitter, e tantas outras ferramentas à disposição nos meios digitais, e afloram-se em discursos de ódio, desrespeitando-se a dignidade humana e, trazendo consigo inúmeros prejuízos à economia, à saúde individual e coletiva, a democracia.
Antes de tudo precisa se ter em mente, independente do meio digital que está sendo explorado, que alguém criou aquela informação ou ‘meme’ e, o fez por alguma razão.
Sugiro que toda e qualquer pessoa exerça em sua rotina digital o hábito de incluir algumas perguntas simples que podem ser facilmente identificadas suas respostas, antes de compartilhar qualquer informação, como: quem criou esse conteúdo? Por que foi criada essa mensagem? Para quem é essa mensagem? O que foi omitido dessa informação? Como eu me sinto diante dessa mensagem? Essa mensagem respeita as outras pessoas?
Desenvolver o hábito de consumir conteúdo de forma racional reproduz ao longo do tempo a cultura da informação responsável e respeitosa, deixando de ser compartilhada a mentira que parece, por vezes, mais interessante ou conveniente que a verdade.