Alfabetização midiática

Postado por: Janaína Portella

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Estamos ávidos pelo consumo de textos, vídeos, podcasts, programas de rádio, de televisão, publicidade, memes, que contribuam para nosso posicionamento e informação diante dos fatos do dia a dia, da necessidade do aperfeiçoamento profissional ou mesmo intelectual.  Mas, no mundo em que vivemos da imediatidade, em que tudo que prende a atenção e merece ser lido e observado criticamente possui seus 15 segundos para a chamada de atenção, muitos se esquecem, mesmo profissionais de diferenciados segmentos, de avaliar por quem foi produzida a informação, reconhecer a perspectiva e o ponto de vista que está sendo inserido no conteúdo criado e posto à conhecimento para os mais diversos fins.  Temos que ter a responsabilidade de compreender que o que dizemos, escrevemos e compartilhamos nos meios tecnológicos produz impacto. 

A alfabetização midiática é a habilidade que toda e qualquer pessoa deve possuir de identificar os diferentes tipos de mídia e meios de transmissão da mensagem e compreender a mensagem que está se apropriando ou prestes a replicar para outras pessoas. 

Parece simples, mas não é!  Todos os dias identificamos inúmeras mensagens repletas de desinformação e que se proliferam em redes sociais.

A alfabetização midiática precisa ser ensinada às nossas crianças e adolescentes, tornando-se uma prática durante o período da educação formal e, deve ser disseminada junto à população para que se busque, quanto melhor possível, desenvolver o senso crítico de avaliação da (des)informação que se está (ou não) prestes a compartilhar ou reter para sí como algo verdadeiro.  Para tanto, imprescindível formar nossos professores para que, munidos de estratégias, insiram nas rotinas educacionais a interação de acesso à informação, à liberdade de expressão, às bibliotecas e às mídias, desenvolvendo-se a capacidade crítica de avaliar que tipo de sociedade desejamos promover para o respeito aos direitos humanos, à democracia e ao desenvolvimento econômico e social com menos desigualdades.

O fato é que a desinformação, também conhecida como fake news, tem corroído os grupos de WhatsApp, as páginas em Facebook, Instagram, Telegram, Twitter, e tantas outras ferramentas à disposição nos meios digitais, e afloram-se em discursos de ódio, desrespeitando-se a dignidade humana e, trazendo consigo inúmeros prejuízos à economia, à saúde individual e coletiva, a democracia.

Antes de tudo precisa se ter em mente, independente do meio digital que está sendo explorado, que alguém criou aquela informação ou ‘meme’ e, o fez por alguma razão.

Sugiro que toda e qualquer pessoa exerça em sua rotina digital o hábito de incluir algumas perguntas simples que podem ser facilmente identificadas suas respostas, antes de compartilhar qualquer informação, como: quem criou esse conteúdo? Por que foi criada essa mensagem? Para quem é essa mensagem? O que foi omitido dessa informação?  Como eu me sinto diante dessa mensagem? Essa mensagem respeita as outras pessoas?

Desenvolver o hábito de consumir conteúdo de forma racional reproduz ao longo do tempo a cultura da informação responsável e respeitosa, deixando de ser compartilhada a mentira que parece, por vezes, mais interessante ou conveniente que a verdade.

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