Em épocas passadas, plantou-se um pomar cheio de frutas de várias espécies. Havia muita água na terra e, por isso, as árvores e as plantas não se preocupavam em aprofundar as raízes.
Uma laranjeira daquele pomar resolveu, porém, não seguir o conselho das amigas. À medida que ia crescendo, afundava pouco a pouco as suas raízes. Passaram os meses e, muito antes do tempo previsto, as árvores começaram a dar fruto. Só a laranjeira continuava a crescer
Uma laranjeira daquele pomar resolveu, porém, não seguir o conselho das amigas. À medida que ia crescendo, afundava pouco a pouco as suas raízes. Passaram os meses e, muito antes do tempo previsto, as árvores começaram a dar fruto. Só a laranjeira continuava a crescer
lentamente. As outras árvores faziam brincadeiras com ela por não frutificar:
- Olhem para ela! Tem a mania de dizer que é diferente! – afirmavam algumas.
- Essa coisa de profundidade já não se usa! – retorquiam outras.
- És tão curta nas ideias como no tamanho! – exclamavam outras.
A laranjeira, entretanto, sabia dar tempo ao tempo. Preparava-se, cuidadosamente, para produzir melhor.
Quando o dono do pomar chegou perto dela, ficou intrigado. Mas, como aparentava boa saúde, decidiu não se preocupar:
- Neste ano não deste fruto, mas tens bom aspecto! Há de chegar a tua hora.
Ao ouvir tais palavras, a laranjeira ficou feliz e continuou a afundar as raízes, até chegar às profundezas, onde a água era mais pura.
Aconteceu que, passado algum tempo, veio uma grande seca. Muitas árvores secaram,
porque tinhas as raízes pouco profundas. Vieram vendavais e tempestades que arrancaram as outras.
A laranjeira foi a única árvore que aguentou. As suas raízes foram mais fortes que todas as
dificuldades. O tempo passado de sofrimento, enquanto crescia, deu-lhe muita experiência. E os seus frutos tornaram-se deliciosos.