RABISCOS SEMANAIS: Gonzagas de hoje!

 21/06/2022 - 11:01hrs
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Castiglione delle Stiviere, nasceu em Roma, Itália, em 09 de março de 1568, sendo o primogênito de Ferrante de Gonzaga, o Marquês de Castiglione, e Marta Tana di Santena, na Província da Lombardia. Enquanto comandante do exército imperial, Ferrante aspirava grandes honras para o filho, fazendo-o acompanhá-lo aos frontes desde a tenra idade. Marta, contudo, zelava à educação cristã com sua pedagógica formação maternal. Castiglione, ainda adolescente, recebera a comunhão eucarística pela primeira vez, estando na Espanha, aonde dedicava-se aos estudos filosóficos pela Universidade de Alcalá, Madri.

O caminhar do jovem Stiviere surpreendera significativamente seus familiares e amigos ao discernir seu projeto de vida à vida religiosa consagrada, ingressando na Companhia de Jesus, Ordem Jesuíta. Quando o Marquês de Castiglione questionava o filho sobre sua decisão, escutara: “É nisso que penso noite e dia!” Regressando à Roma, Castiglione delle Stiviere, ao mergulhar proficuamente nos estudos religiosos, renuncia aos títulos de nobreza e à herança familiar, tornando-se Luiz Gonzaga.

A experiência humano espiritual de Luiz Gonzaga constitui-se primorosa pelo exercício de sua vivência de oração, estudos e caridade. Registros históricos traduzem seu zelo apostólico e missionário ao se questionar: “Isso que estou prestes a fazer tem alguma coisa a ver com a eternidade? Vai contribuir para que eu conquiste a vida eterna?” Na constante procura pelo sentido pleno da vida, Luiz Gonzaga, à luz do Evangelho, descobre-se feliz no serviço aos outros(as).

A antropologia bíblica compreende o coração como fonte da personalidade consciente, livre e inteligente de todo ser humano. Neste ínterim, o coração caracteriza-se como epicentro capaz de unificar o humano em sua dimensão integral e, por isso, torna-se em cada pessoa um espaço divino por excelência. “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Luiz Gonzaga pulsava sua vida e vocação no terno e profético exercício de amor às irmãs e aos irmãos em situação de vulnerabilidade. Provém, a saber, desta total imersão caritativa aos enfermos de Tifo, a razão de seu martírio juvenil, aos 23 anos, em 21 de junho de 1591, em Roma.

A pureza de coração e a vida caritativa do jovem Luiz Gonzaga, testemunham desde outrora o discernimento cristão à muitas pessoas de boa vontade. Em 1729, ultrapassando um século de sua morte, Luiz Gonzaga fora proclamado padroeiro dos jovens estudantes, ao ser canonizado pelo Papa Bento XIII e, em 1926, o Papa Pio XI torna-o padroeiro de toda juventude cristã! Ao celebrar a memória de Luiz Gonzaga, em 21 de junho, cada jovem ou adulto, encontra um importante exemplo à vida socioeclesial, à luz da fé, da esperança e do amor.

Por fim, é salutar considerar que “o coração da Igreja também está cheio de jovens santos, que deram sua vida por Cristo, muitos deles até o martírio. Eles foram preciosos reflexos do Cristo jovem que brilham para nos estimular e nos tirar da sonolência” (ChV, n. 49). Há quem habilite-se, na realidade contemporânea, à viver como Gonzaga, hoje? “Através da santidade dos jovens, a Igreja pode renovar seu ardor espiritual e seu vigor apostólico” (ChV, n. 50).

Padre Leandro de Mello - @padreleojuventude. Passo Fundo, 21 06 2022.

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