Onde está o teu Deus?

Postado por: Adalíbio Barth

Compartilhe


 

            Conta-se que, no sul da China, um nativo foi convidado a assistir a uma série de conferências religiosas. Era um homem simples, naturalmente, mas curioso e observador. Compareceu logo na primeira noite e gostou imensamente.

            Os pensamentos do orador, embora estranhos para ele, não deixavam de ser interessantes. Voltou na noite seguinte e, ao término da segunda conferência, pensou consigo mesmo: o orador falou hoje quase a mesma coisa que disse ontem.

            Contudo, nem por isso deixou de assistir nas três noites restantes. Na última noite, continuou no recinto até as pessoas se afastarem totalmente. Assim, a sós com o pregador, arriscou a seguinte observação:

- Afinal, pregador, por que motivo o senhor não fala de outras coisas igualmente interessantes e até mais abrangentes? Assisti a todas as suas conferências, e o assunto foi sempre o mesmo: Deus. Não há nenhum outro nome que possa ser mencionado?

O orador, maduro e muito experiente, sobretudo muitíssimo hábil, encontrou de imediato uma extraordinária saída. Perguntou-lhe:

- Desculpe a minha curiosidade: O que é que o amigo come no almoço?

- Como arroz, principalmente – respondeu o nativo, prontamente.

- E no jantar, qual o seu prato predileto? – continuou o pregador.

- Ainda arroz – respondeu o chinês.

- O senhor costuma cear à noite, antes de dormir?

- Sim, fazemos isso todas as noites em minha casa – falou o nativo.

- E na ceia, o que a família costuma comer?

- Também arroz. Uma refeição só será completa para mim se houver arroz.

 - E ontem o senhor comeu arroz nas três refeições que fez?

- Sim, eu, particularmente, só como arroz. Entendo que esse cereal me dá vida, força e saúde.

Depois desse diálogo, aparentemente sem importância, o pregador, em poucas palavras, prestou o mais profundo esclarecimento que o nativo carecia ouvir, para entender que o nome de Deus é o mais abrangente.

- Pois essa é justamente a razão de eu só falar em Deus – argumentou o pregador -. Ele é   meu amigo. Ele me enche a vida e a alma. É capaz de preencher qualquer necessidade que eventualmente eu possa ter. Por causa desse tão maravilhoso relacionamento entre mim e Deus, e em virtude das muitas bênçãos que dele recebo, é que a minha boca não sabe falar de outra coisa.

O meu coração está totalmente tomado por Ele. Não acha agora razoável a minha insistência em repetir, dia após dia, esse nome?

 

 

 

Leia Também Para entender o amor Primavera: Tempo de Renascimento Viver à altura do Evangelho A Palavra de Deus