Saudações, Jovem!
Escrevo, hoje, na esperança de encontrar-te saudavelmente feliz, repleto de confiança e confeccionando projetos ombreados de ousadia e criatividade, pois, és inspiração ao meu viver, há tempos; desde quando vejo-te, à janela do tempo, a peregrinar caminhos, estando eu aqui, desde outrora, na companhia de alguns cabelos grisalhos. Diz-me, jovem, como tens percorrido teus dias/noites?
Revisitando escritos, encontrei um primeiro, datado de outros tempos, oportunidade que me fora confiada a árdua e nobre missão de compendiar algumas palavras, frases e reflexões acerca da juventude, sabe? Naquela ocasião propus uma inquietação que permanece a reverberar: “E, por que não escutar a juventude?”
As janelas oculares deste contemporâneo tempo, por vezes, deixam escapar, a meu ver, experiências salutares à memória e à historicidade, entende? Rodas de conversa, encontros lúdicos, trabalhos artísticos e manuais, poesia, musicalidade, boas histórias, etc. prevalecem vivos à terna experiência, para compartilhar. A sagrada escritura, junto a mesa, perto do alpendre, faz recordar que “a beleza dos jovens está em sua força, e a honra dos anciãos em seus cabelos brancos” (Pr 20,29).
Dialogar torna-nos plenamente humanos e faz-se necessário à saúde integral. É próprio aos anciãos ter sonhos construídos com memórias, histórias e vivências que compilam a experiência marcada pelos anos trilhados passo-a-passo. Quando sentar-te, caro jovem, na cadeira de balanço de uma pessoa idosa poderás, quiçá, experimentar quão belo é o embalar dos anos, diuturnamente revisitados, à aquecer o bem viver. O presente ao centro, para trás a memória, à frente a utopia!
Às vezes, entre uma página e outra da vida, peregrino pela biblioteca do existir societário e, à luz da fé, aflora uma singela pergunta: Jesus, quando jovem, terá compartilhado com Ana e Joaquim, seus avós, a respeito da Civilização do Amor? Acredito, alegremente, que Deus cria histórias e, em sua amorosidade e misericórdia, acompanha-nos na confecção de preciosos e expressivos mosaicos, marcados por fracassos e repletos de sucessos, à vida que se compartilha, seja através de cartas, encontros, e-mail’s, ligações, vídeos e outras maneiras tantas.
Se, pois, recebeste a carta, diz-me: como estás, caro jovem? E, teus estudos? Sonhos? Trabalho? Família? Amigos? Creio, firmemente, que cada jovem é, nas escolas, nas ruas, campos e cidades, portador de utopias concretas e, portanto, protagonista de mudanças, com poder transformador à sociedade. Ousa construir, sempre, novos caminhos, mas presta atenção, também, aos passos já trilhados e compartidos contigo por àqueles(as) com alguma grisalha experiência. Que, possivelmente, se tenham perguntado: “quem sou, aonde estou, para onde almejo seguir e, por quê?” A paz esteja contigo!
Padre Leandro de Mello
@padreleojuventude.