Eduardo foi transferido de projeto. Logo no primeiro dia, para fazer média com o chefe, saiu-se com essa:
- Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Renato. Disseram que ele...
Nem chegou a terminar a frase, pois o chefe aparteou:
- Espere um pouco, Eduardo. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras, chefe?
- A primeira é a da VERDADE. Você tem certeza de que esse fato é absolutamente verda-deiro?
- Não. Não tenho não. Como posso saber? O que sei é o que me contaram.
- Então sua história já vazou na primeira peneira. Vamos para a segunda, que é a da BONDADE. O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Nem pensar, chefe.
- Então, sua história vazou na segunda peneira. Vamos ver a terceira, que é a da UTILI-DADE. Você acha necessário contar-me esse fato ou mesmo passá-lo adiante?
- Não, chefe. Passando pelo crivo das duas peneiras anteriores, vi que não sobrou nada do que iria contar - falou Eduardo, surpreendido.
- Pois é, Eduardo. Já pensou como as pessoas seriam mais felizes, se todos usassem essas peneiras ao comentar fatos a respeito dos outros? – retrucou o chefe sorrindo.
Em seguida continuou
- Da próxima vez que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo destas três peneiras: VERDADE, BONDADE, UTILIDADE, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante. Lem-bre-se sempre que as pessoas inteligentes falam sobre ideias; as pessoas comuns falam sobre coisas; e as pessoas medíocres falam sobre pessoas.
(Ideia original atribuída a Sócrates)