Eles apontam para o Menino Jesus

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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Está próximo o Natal do Senhor. O tempo do Advento que convida a humanidade à vigilância, preparação e disponibilidade para acolher o Salvador está chegando à etapa final. A luz da coroa do Advento tem se tornado mais intensa, prevendo a grande luz que chega para iluminar a história humana como previa o profeta Isaías: o povo que andava na escuridão, viu uma grande luz, para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu (Is 9,1).  

A Sagrada Escritura relata a sabedoria divina ao preparar estre grande evento, determinante na trajetória humana. Ele quis contar com a colaboração de homens e mulheres em vista da concretização do projeto salvador. E, nesta vontade de colaboração, subverteu a lógica humana fiel aos seus desígnios. 

Primeiramente, para trazer ao mundo o precursor de Jesus, procura a colaboração de um casal de idosos, Zacarias e Isabel. Era um casal sem filhos que suportava humildemente a sina de não deixar descendentes. Todavia era um casal temente a Deus, ou seja, confiante da misericórdia do criador. O enviado de Deus dialogou com Zacarias e lhe deu a boa nova (Lc 1,13-14). Isabel alegrou-se com a notícia. Ficou um tempo reclusa, certamente absorvendo a graça que acontecera na sua vida, pois as coisas boas que Deus nos proporciona podem ser assimiladas no silêncio e na prece de agradecimento. Dizia ela: eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que decidiu tirar de mim a humilhação pública (Lc 1,25). Isabel assumiu outra missão de igual importância. Confirmou à jovem Maria que ela era “bendita entre todas as mulheres, como bendito era o fruto do seu ventre” (Lc 1,42). Alegrava-se porque recebia em sua casa a mãe do Salvador (Lc 1,43).  

Isabel e Zacarias cumpriram a missão e deram ao mundo João Batista. O nascimento do menino causou alegria nas redondezas. Para os parentes e vizinhos aquela criança era um sinal vivo da misericórdia de Deus. Perguntavam-se sobre o que seria daquele menino porque a mão do Senhor estava com ele (Lc 1,66). E João cumpriu uma tarefa ímpar. Como profeta de Deus veio do deserto convidando as pessoas para o arrependimento, a conversão e preparação do caminho do Senhor (Mt 3,3). A própria vida de João era um testemunho inequívoco pela austeridade de sua conduta. Vestia-se com uma roupa de pelos de camelo e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre, aquilo que a natureza lhe dava. Jesus mais tarde lembra a coerência de João. Ele era firme na fidelidade a Deus e o seu lugar não era o palácio, mas o deserto de onde brota a novidade querida por Deus. Ele era o profeta de Deus (Mt, 11,7-10). E João reconheceu e cumpriu com fidelidade a missão de anunciar o Senhor e preparar a humanidade para acolhê-lo. Ele foi instrumento de Deus em nome da vinda do Salvador. 

O processo preparatório se aprofunda através da colaboração do casal de Nazaré. Deus quis que seu filho nascesse no ceio de uma família, todavia não uma família palaciana, mas a família de gente trabalhadora, um carpinteiro e uma futura dona de casa. E o processo de diálogo em vista da proposta foi diferenciado. Com Maria deu-se o diálogo através do anjo Gabriel. Ela escutou a proposta; fez as perguntas necessárias e deu o seu sim: eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra (Lc 1,38). Maria fez uso do diálogo para inteirar-se do projeto antes de dar o sim. José, contudo, não se expressou com palavras. Segundo o texto bíblico soube da proposta e, no silêncio e na obediência deu o sim este viabilizado em atitudes: acolhida de Maria como esposa, paternidade e proteção do menino Jesus, o Filho de Deus. 

Tais figuras descritas na Sagrada Escritura evocam o caminho preparatório de Deus para a encarnação do verbo. Ele, na vontade salvífica, contou com a contribuição humana. Zacarias, Isabel, João Batista, Maria e José deram o sim à vontade divina. De formas diferenciadas preparam a vinda do Senhor e nos apontam para Ele.

Possamos dar também o nosso sim ao Menino que vem nos salvar.

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