Ele vem para nos salvar!

Postado por: Ari Antônio dos Reis

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Estamos na semana do Natal do Senhor. Celebraremos a partir da nossa fé o nascimento do menino Jesus, o filho de Maria e José que veio ao mundo para conduzir a humanidade no caminho da salvação. O Natal de Jesus é uma etapa significativa na revelação divina como assevera Paulo: “muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. No período final em que estamos, falou a nós por meio do seu Filho” (Hb 1,1-2). Ao longo dos tempos a humanidade foi provocada a acolher o desígnio amoroso de Deus. Ele mesmo tomou a iniciativa de revelar-se na gratuidade e amor, convidando o ser humano a uma experiência de salvação. Ao revelar-se Deus deu de si mesmo, na essência do que; e a Sagrada Escritura relata este processo significativo a partir das diferentes etapas ali narradas nas quais os personagens bíblicos explicitam experiências profundas e transformadoras com o Deus revelado.   

Como relata a carta aos Hebreus, a partir de Jesus Cristo a revelação divina atingiu a seu ápice. Ele tomou a decisão de encarnar-se, assumir a carne humana, fiel ao seu propósito salvador. E o verbo se fez carne e veio morar entre nós (Jo 1,14). Uma luz brilhou para toda a humanidade, a luz verdadeira que ilumina todos os seres humanos (Jo 1,9).  Esta é a ação de Deus na plenitude dos tempos. Isto para que a partir da encarnação a trajetória humana rumo à salvação se tornasse mais consistente e possível para todo o gênero humano. 

Em toda a sua grandeza Deus quis fazer-se humano e, na sua humanidade, quis nascer em uma família da cidade de Nazaré. Contou com o sim de Maria sustentado pelo sim de José.  Se analisarmos o fato da noite de Natal veremos esta situação paradoxal querida por Deus. Na condição de nascido em uma família humana assumiu as vicissitudes históricas da família escolhida. Por ocasião de uma viagem urgente do casal a cidade de Belém chegou o momento de Maria dar à luz (Lc 2,7).

            E Jesus veio ao mundo em condições adversas. Não nasceu em um palácio, não tinha um berço de ouro para repousar, mas uma manjedoura. Não havia um enxoval, senão alguns panos e faixas com os quais foi envolvido por sua mãe. No momento pós nascimento não havia muita gente acolhendo a boa nova, apenas o casal de Nazaré. Seu primeiro sono foi velado pelos animais que estavam na gruta. Ele nasceu em condições análogas a tantas crianças que vêm ao mundo, humanamente frágeis e socialmente necessitadas. Não têm muita coisa senão o regaço da mãe. Ele fez-se solidário com toda a humanidade e fez semelhante a tantas crianças que nascem desprovidas de qualquer aparato protetor senão o familiar.

            O Emmanuel veio ao mundo marcado pela pequenez e fragilidade. Entretanto o nascimento daquela criança na cidade de Belém foi uma grata novidade. Fez daquela noite, uma “noite feliz” porque fez a luz da salvação brilhar para todos como profetizava Isaías: “povo que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam a sombra da morte uma luz resplandeceu” (Is 1,1). Esta luz atraiu primeiramente os pastores (Lc 2,8-14) e depois fez-se guiar pelos reis magos (Mt 2,9) revelando que o projeto salvador era aberto a todos os homens e mulheres. Deus, que agia na história humana, pelo menino Jesus entra nela de forma definitiva fazendo-a história da salvação.

Até aqui temos a iniciativa divina. Deus age na perspectiva do diálogo, da interação com a humanidade. Contou com a colaboração de Maria e José para que o projeto fosse iniciado. Contudo, existe um passo a mais a ser dado um complemento a ser feito. É nossa colaboração, que começa com a acolhida ao dom de Deus. Em Jesus menino, Deus deu-se a conhecer plenamente convidando o ser humano a tomar parte do seu projeto amoroso. Todo o convite aguarda uma resposta. E Deus espera esta resposta de cada um de nós. Ela será dada na liberdade de cada um porque o Criador não coage e não obriga, mas convida a uma experiência, a um diálogo amoroso que é desejo de todo o ser humano. O verbo se fez carne e veio morar entre nós. O amor se fez carne e veio ao nosso encontro. Como responderemos a esta proposta?

Pe. Ari Antonio dos Reis

 

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