A culpa foi dos ratos

Postado por: Adalíbio Barth

Compartilhe
O superior de um mosteiro de monges, ao partir para uma longa viagem, deu-lhes a seguinte recomendação:

- Cuidem do nosso mosteiro com carinho e austeridade. Lembrem-se sempre de levar uma vida simples. Respeitem o nosso voto de ter apenas o necessário para a nossa subsistência.

Segundo esse espírito de pobreza, cada monge possuía somente uma túnica e um par de sandálias.

Depois que o superior partiu, o mosteiro foi atacado por uma praga de ratos vorazes, que roíam tudo o que havia pela frente, não lhes escapando as túnicas e as sandálias, únicas posses dos pobres monges.

- Precisamos arranjar uns gatos - disse um dos monges, obtendo imediatamente aprovação de sua ideia.

Os gatos estavam vencendo os ratos, mas tomavam muito leite. Um dos monges sugeriu:

- Seria muito bom se tivéssemos uma vaca.

Todos concordaram com a ideia.

A vaca fornecia leite em abundância para os gatos, mas também precisava comer. Por isso, os monges resolveram plantar um pasto, o que evidentemente, exigiu adubo e ferramentas. Tiveram que construir um paiol para armazenar as colheitas e um estábulo para os cavalos que puxariam os arados e fariam o transporte.

Muitos anos depois, o superior voltou. No local, onde julgara estar o mosteiro, encontrou uma próspera fazenda, com um vasto rebanho e muitas plantações.

O superior aproximou-se da cerca e perguntou a alguém que estava por ali trabalhando, se ele sabia onde ficava o mosteiro. O homem disse que não sabia do que se tratava, mas ofereceu-se para conduzi-lo até a administração da fazenda, onde poderia receber a informação necessária. 

Ao chegar à imponente construção, onde funcionava a sede da fazenda, o superior reconheceu imediatamente um dos seus antigos monges, e foi logo dizendo:

- Mas o que vem a ser tudo isso? O que foi que vocês fizeram do nosso mosteiro? Eu não lhes recomendei que levassem uma vida simples e sem ostentação, tendo apenas o necessário para sua subsistência?

- Sim, mestre. Era exatamente isso que estávamos fazendo. Mas aí os ratos apareceram...

Leia Também Escutai os mensageiros! Burrice Várias nações, um só povo Os Traumas de Final de Ano