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20º Fórum Estadual do Leite destaca produção eficiente com menor pegada de carbono Produzir mais leite, com sustentabilidade e rentabilidade são os grandes objetivos da cadeia láctea e também o foco do 20º Fórum Estadual do Leite, realizado nesta quarta-feira (12), na 25ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque/RS.

Assessoria de Imprensa Expodireto Cotrijal

Produzir mais leite, com sustentabilidade e rentabilidade são os grandes objetivos da cadeia láctea e também o foco do 20º Fórum Estadual do Leite, realizado nesta quarta-feira (12), na 25ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque/RS. A série de palestras reuniu representantes do setor, especialistas e produtores rurais para buscar caminhos para a produção sustentável no Sul do país, observando as lições do mercado internacional e a eficiência enquanto pilar fundamental da sustentabilidade.

“O Fórum do Leite, a cada ano, nos dá uma motivação ainda maior. O leite pode ser uma atividade muito difícil e todos nós sabemos disso, mas estamos vendo uma evolução e Cotrijal está trabalhando para a profissionalização, sustentabilidade, eficiência e resiliência do nosso produtor”, ressaltou o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, na abertura do evento.

O Rio Grande do Sul observa nos últimos anos uma redução no número de produtores e perde cada vez mais espaço entre os principais estados produtores do país, ocupando atualmente a quarta posição no ranking. Por isso, espaços como o Fórum do Leite são fundamentais para qualificar a produção . “Com certeza temos potencial para retomar a importância do leite para o estado e temos a consciência de que a atividade depende da rentabilidade do produtor. Se o produtor não tiver a possibilidade de ter uma remuneração justa e correta, a atividade tem dificuldades para evoluir”, afirmou Caio Vianna, presidente da CCGL.

O Fórum Estadual do Leite é uma realização de Cotrijal e CCGL, com patrocínio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e Sicredi, além do apoio de FecoAgro/RS, Rede Técnica Cooperativa (RTC), Sistema Ocergs e SmartCoop.

Sul do país

O Rio Grande do Sul tem grande tradição na produção de leite, com um número expressivo de produtores de pequeno porte. No entanto, esse cenário está em transformação, com uma exigência cada vez maior pelo aumento da produção. “Nós temos um processo de consolidação no campo, uma redução no número de produtores e um volume de leite maior por produtor. Esse é um processo com o qual temos que saber lidar com ele, porque vamos ter menos produtores no futuro”, avalia Valter Galan, Diretor Técnico e de Novos Negócios da MilkPoint Ventures, palestrante do fórum.

Para que a produção de leite do Sul do país alcance novos patamares, Valan aponta os seguintes caminhos: “pagar mais por sólidos, ter mais sólidos no leite, ter maior competitividade no campo e na indústria – a indústria brasileira também tem que crescer em termos de tamanho”, avalia. Já para alcançar maior competitividade no campo, dois pilares são fundamentais: a redução no custo de produção e a gestão das propriedades.

Demanda

A evolução da produção de leite não pode ignorar a demanda atual por sustentabilidade no sistema produtivo. “Nós que vendemos alimentos para o consumidor final temos que atender aquilo que consumidor busca. O ponto é como fazer isso de uma maneira que seja economicamente viável para todos que estão envolvidos. Então acho que esse é o grande desafio, o grande aprendizado, mas temos que entender que veio pra ficar”, afirma a gerente de Marketing na Cargill da Europa, Maria Reis.

Nesse contexto, observar as exigências de outros mercados e as soluções encontradas podem ajudar a guiar o processo de adaptação. “O mercado brasileiro está num estágio diferente do que o europeu em termos de sustentabilidade porque lá a pressão é muito grande do governo, dos consumidores, de todos os lados, mas eu acho que entender o que está acontecendo com o outro nos ajuda a ter a mais consciência e ver como podemos adequar aquilo pra nossa realidade no futuro”, pontua Maria.

Sustentabilidade

Para alcançar a sustentabilidade na produção, primeiro é necessário avaliar o processo produtivo e mensurar diversas características, inclusive a pegada de carbono, medida de avaliação das emissões de gases do efeito estufa pela atividade. “Conhecendo qual é a pegada [de carbono] da fazenda, conseguimos ter uma base para escolher as melhores estratégias”, explica o professor adjunto Luiz Gustavo Pereira, da Universidade de Copenhague.

Partindo desse ponto, as propriedades ainda podem contribuir para regeneração ambiental e para o aumento da biodiversidade, além de reduzir o impacto ambiental, diminuindo a pegada de carbono do leite. Propriedades rurais de diferentes portes podem adotar essas estratégias, independentemente do sistema de produção. No entanto, a eficiência é o princípio básico para desenvolver a pecuária leiteira sustentável. “Para ser eficiente, primeiro tem que ter estratégia, sustentabilidade envolve a economia, o social e o meio ambiente. Então é fazer uma boa gestão, fazer o feijão com arroz e mensurar essas novas variáveis que estão no mercado e que estão sendo demandadas pelo consumidor e pelo mercado lácteo no mundo”, conclui Pereira, pesquisador Embrapa Gado de Leite.

Cotrijal

Durante o evento, o pesquisador Luiz Gustavo Pereira divulgou dados do estudo que calculou a pegada de carbono de sete propriedades de associados da Cotrijal, com o total 727 animais, diferentes sistemas de produção e fontes de energia. Conforme os resultados do levantamento, a pegada de carbono dos sete produtores está em 0,84, o que é considerado uma média aceitável, levando em conta todos os fatores, incluindo ambientais, nutricionais e fertilidade do solo.

Por Bruna Scheifler | Assessoria de Imprensa Expodireto Cotrijal

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