Os presbíteros que atuam na Arquidiocese de Passo Fundo estiveram reunidos, nessa terça-feira, 23 de julho, para realizar uma Conversação no Espírito. Ess momento foi uma resposta ao pedido do Papa Francisco, que em 2 de maio, escreveu uma Carta aos Párocos no qual fez três pedidos, sendo o segundo o exercício da Conversação no Espírito. A Secretária Geral do Sínodo também enviou correspondência dando sugestões sobre a organização da Conversação.
O evento foi coordenado pela Equipe Arquidiocesana para o Sínodo, com o apoio de Facilitadores nomeados especialmente para esta ocasião. A inspiração do evento veio da Sessão do Sínodo de outubro de 2023 e do “Párocos para o Sínodo. Um encontro internacional”, acorrido em abril/maio de 2024, ambos em Roma.
A Conversação iniciou com uma oração na Capela da Casa de Retiros em Passo Fundo. Durante a oração, foram feitas citações de textos elaborados no processo sinodal que tocam sobre a missão dos presbíteros. Citou-se o Vademecum, a Síntese Arquidiocesana, a Síntese Brasileira e o Documento de Trabalho da Etapa Continental. Também se retomou o texto bíblico “Alarga o espaço da tua tenda…” (Cf. Is 53,1-3) que foi usado durante o Together, em outubro. No entanto, todo o encontro foi marcado por momentos de oração e em clima de escuta do Espírito Santo.
O arcebispo metropolitano, Dom Rodolfo Luís Weber fez uma acolhida e incentivou a todos para viverem com intensidade o momento. Em seguida, o Pe. Ivanir Antonio Rampon, Pessoa Referencial para o Sínodo 2021-2024 na Arquidiocese de Passo Fundo e participante do “Párocos para o Sínodo. Um encontro internacional” fez uma introdução geral ao método do diálogo sinodal dizendo que é importante estudar sobre a Conversação no Espírito, mas o mais importante é experimentá-la. Falou então dos quatro passos: 1) Preparação pessoal; 2) “Tomar a palavra e escutar”; 3) “Abrir espaço para os outros e para o Outro”; 4) “Construindo juntos”.
O padre Eberson Fontana, membro da Equipe Arquidiocesana para o Sínodo, distribui os padres em dez grupos. Cada grupo, além do Facilitador, contou com um Secretário, responsável para a elaboração da Síntese. No encontro de hoje, a Conversação no Espírito foi em torno de duas questões. A terceira será partilhada em agosto, durante o Retiro dos Presbíteros.
1) O rosto da Igreja sinodal. Experiência e compreensão da sinodalidade na vida da paróquia e da arquidiocese. Que experiências eclesiais sinodais tenho no meu ministério como pároco? Quais foram felizes e quais não tanto? Que compreensão de sinodalidade pude amadurecer através delas?
2). Todos discípulos, todos missionários. A participação dos diferentes carismas, vocações, ministérios na vida da paróquia e da arquidiocese. No meu ministério de pároco (ou vigário paroquial), que experiências tive de participação nos diferentes carismas, vocações, ministérios na vida da paróquia e da arquidiocese? Que intuições e perguntas me despertaram? No meu contexto de origem, que experiências significativas tivemos em relação à contribuição das comunidades paroquiais para a vida e missão da Igreja local (diocese) a que pertencem? O que aprendemos?
3) Tecer laços – construir Comunidade. Dinâmicas de discernimento para os corpos missionários e participação na vida da paróquia e da arquidiocese. No meu ministério de pároco (ou vigário paroquial), que experiências tenho da dinâmica do discernimento eclesial? Quais foram os momentos felizes/gratos e quais difíceis? Que ensinamentos tiro delas? No contexto de onde venho, como funcionam os órgãos de participação paroquial? E em nível arquidiocesano ou paroquial? Que sinais de esperança e de trabalho reconheço ali?
Segundo Elisabete Gambatto, integrante da Equipe Arquidiocesana para o Sínodo e uma das Facilitadoras, “o Papa Francisco frequentemente incentiva a práticas que promovem a espiritualidade, a reflexão e a comunhão na Igreja. A Conversação do Espírito pode ser entendida como um diálogo espiritual profundo, onde os participantes compartilham suas experiências, discernem a vontade de Deus e buscam orientação mútua. O Papa Francisco sublinha a importância da escuta ativa, da humildade e da abertura ao Espírito Santo no processo de tomada de decisões e na vida pastoral da Igreja. Hoje tivemos uma profunda experiência que envolveu momentos de oração, reflexão e diálogo aberto, onde os presbíteros compartilham suas experiências, preocupações e inspirações, buscando a orientação do Espírito Santo para a vida e ministério”.
Precisamos fazer mais estes momentos…
O Pe. Leonardo Maria Foschiera, Secretário de um dos grupos de Conversação no Espírito, afirmou que “estar no grupo e poder falar é uma oportunidade que satisfaz porque fazemos muitas coisas e temos o que falar. Estar no grupo para secretariar requer mais atenção ao que há em comum entre os colegas no sacerdócio”. Pe. Leonardo também disse que a primeira parte da Conversação, ou seja, a Preparação é muito importante para o que vem depois. Relatou que, no seu grupo, a partilha foi muito boa e no final foi dito: “precisamos fazer mais estes momentos…”. A sinodalidade é “um espírito que pode tomar conta do estilo da vida presbiteral e das ações pastorais”, concluiu.
Fonte: Equipe Arquidiocesana para o Sínodo