Grupo Planalto de comunicação

Deus nos fala: a Palavra de Deus na Missa

Pe. Ari Antonio dos Reis

Estamos no mês da Bíblia, segundo a orientação de dedicarmos um tempo especial à Sagrada Escritura, fonte, guia e luz da vida de fé pessoal e eclesial. O cântico entoado que diz: “a Bíblia é a Palavra de Deus semeada no meio do povo…” diz um pouco deste significado tão profundo.  A Constituição Dogmática Dei Verbum, promulgada durante o Concílio Vaticano II (1965), orienta a Igreja sobre a importância da Sagrada Escritura na vida Eclesial. O documento afirma: “a Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da Palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual” (DV 21).

A Liturgia da Palavra é o diálogo amoroso do Pai com os seus filhos. A iniciativa é do Pai que convoca a comunidade para o encontro de oração mediado por esta Palavra. Nas leituras explanadas pela homilia, Deus fala ao povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; o próprio Cristo, por sua Palavra, se acha presente no meio dos fiéis (IGMR n. 55).  A leitura das Sagradas Escrituras é oportunidade para a assembleia ouvir atentamente o que Deus tem a falar pois, mediante às leituras é preparada para os fiéis a mesa da Palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia. Por isso, convém observar a disposição das leituras bíblicas pela qual se manifesta a unidade dos dois Testamentos e da História da Salvação (IGMR n. 57). Escuta-se atentamente a Palavra que brota do coração amoroso do Pai porque ali está uma comunicação importante. Quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala a seu povo e Cristo, presente em sua Palavra, anuncia o Evangelho (IGMR n. 29)

Neste ritmo, ouve-se a Primeira leitura, comumente extraída de um livro do Antigo Testamento, a experiência do povo de Deus que traz lições significativas para quem escuta com fé. É a luz que ilumina o nosso peregrinar na fé. Respondendo a esta comunicação proclama-se o salmo e como a expressão diz: “salmo responsorial”. É a resposta da comunidade a esta primeira comunicação de Deus à assembleia que celebra. Como o próprio nome indica, é uma resposta à Palavra de Deus.  Toma-se um dos 150 salmos que estão na Bíblia. São orações de louvor, de petição ou de agradecimento.  Respondemos a Deus em comunhão com o povo da Bíblia e nos fundamos nas orações que eles mesmos rezavam.

Deus, o Pai Amoroso, continua falando ao seu povo. Então é proclamada a Segunda Leitura, geralmente do livro dos Atos dos Apóstolos, cartas Paulinas, ou cartas Católicas, que têm um acento pastoral. Estes textos ajudam a comunidade iluminando situações pastorais eclesiais hodiernas com experiências dos cristãos vividas nos tempos posteriores à morte e ressurreição de Jesus Cristo.

A comunidade pede que Deus continue falando. Gostaria de ouvir mais o Pai. Coloca-se em pé em sinal de prontidão e atenção; aclama o Evangelho entoando o “aleluia” ou um canto apropriado ao tempo litúrgico. É o ponto culminante da Liturgia da Palavra, porque ali o Pai está falando de forma plena e definitiva através do seu Filho Jesus Cristo. A proclamação do Evangelho é seguida da homilia que é a atualização da Palavra para a comunidade celebrante.

Após a homilia, a comunidade reza a profissão de fé, a renovação da confiança no Deus Trindade e na Igreja. O rito da Palavra é concluído com as preces da comunidade que têm a função de levar ao Pai os pedidos e necessidades da comunidade celebrante.  Pelo silêncio e pelos cantos, o povo se apropria da Palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra reza, na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro (cf. IGMR n. 55).

Com o coração aquecido e alimentados pela Palavra de Deus prepara-se para continuar rezando, ofertando ao Pai o que Ele já deu na sua bondade, as primícias, o pão e o vinho que se transformarão o Corpo e Sangue de Cristo.

Pe. Ari Antonio dos Reis

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