Até domingo, 10 de novembro, 48 famílias ficam acampadas no ginásio da Universidade de Passo Fundo (UPF). Elas participam da 11ª edição do Acampamento da Criança com Diabetes, projeto que difunde o conhecimento sobre essa condição de saúde de forma lúdica e construtiva. A ação é da UPF junto com o Lions Clube e com o Hospital São Vicente de Paulo, e completa 10 anos em 2024. Neste ano, o acampamento começou na quinta-feira, 07, com atividades durante o dia e abertura oficial à noite. No total, mais de 150 pessoas participam do acampamento, entre crianças e adolescentes com diabetes, pais e familiares.
Entre os participantes está a família de Aline Mena Barreto, de Carazinho. Ela é mãe de Gustavo, 13 anos, que teve o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1 há 3 anos. “Tem sido uma luta muito grande, mas este acampamento está sendo uma grande descoberta. Hoje, conversando com um grupo de pais, eu tirei muito peso das minhas costas, porque eu achava que era culpa minha. Mas não, é uma luta diária de todos os pais que têm filhos com DM1”, compartilhou. Para Aline, vir ao acampamento renova as forças de toda a família para o próximo ano. “ Faz 3 dias que meu filho não dormia direito, porque estava ansioso para vir”, contou.
A reitora da UPF, Bernadete Dalmolin, participou da abertura, e destacou que o acampamento vai muito além dos seus objetivos diretos. “É um momento de aprendizado de todos nós: dos professores, que repensam suas abordagens, sua forma de pensar processos lúdicos e pedagógicos; dos acadêmicos de vários cursos, enfim, de todos que participam”, destacou. Para a reitora, o projeto é um exemplo de inovação. “A gente fala tanto em inovação, e a maior parte das vezes a inovação se restringe a um aspecto, que é a inovação tecnológica. Ela é extremamente importante, mas o que nós estamos fazendo aqui é inovação humana, é inovação social, é inovação sanitária, é um processo de cuidado onde todos ganham, todos aprendem”, afirmou a reitora.
O 11º Acampamento da Criança com Diabetes é coordenado pelos professores da UPF Raphael Loureiro e Pércio Stobbe. “A gente têm uma abordagem de ensino, que dá a orientação para as famílias, e a parte lúdica, que transita entre esses cenários. Hoje a gente teve uma conversa com os pais, e muitos trouxeram a mesma informação: depois do acampamento, meu filho começou a fazer insulina sozinho, meu filho começou a contar os carboidratos, que não contava antes, começou a querer usar bomba de insulina. Então, essa troca, visualizar como outras crianças manejam o diabetes, faz com que cada um também melhore o seu tratamento”, explicou Pércio.
O professor Raphael lembra que há participantes em diferentes momentos. “É muito legal porque tem crianças e adolescentes que já participam há alguns anos, e temos o processo formativo para aquelas famílias que têm o diagnóstico recente, temos famílias com o diagnóstico há duas semanas”, conta.
Sobre o acampamento
O 11º Acampamento da Criança com Diabetes ocorre de 07 a 10 de novembro, e inclui atividades de cuidados com a saúde específicas para quem tem Diabetes tipo 1, como exame de fundo de olho, contagem de carboidratos e conhecimentos de diferentes áreas, como odontologia, nutrição e psicologia. Além disso, o projeto inclui muitas atividades lúdicas, como luau, festa à fantasia, dança, música e show de talentos. Todas as atividades são gratuitas para os participantes, e são viabilizadas por meio dos apoiadores e do pedágio realizado anualmente pelo projeto.
