Com o fim do G20, que reuniu no Rio de Janeiro os chefes das maiores potências do mundo, e das agendas desta quarta-feira, com o presidente da China, Xi Jinping, nas quais foram assinados 37 novos acordos bilaterais, o foco do Planalto, de interlocutores do governo, e do próprio Lula, irá se concentrar nas informações reveladas pela Operação Contragolpe da Polícia Federal.
Até agora, para não tirar os holofotes dos resultados obtidos no G20, as reações foram mínimas e cautelosas. A expectativa é a de que a situação mude a partir desta quinta-feira.
São esperadas manifestações não apenas do governo federal, mas também das Forças Armadas. Além da gravidade das informações trazidas à tona pela PF, que envolvem o planejamento dos assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin, e de Alexandre de Moraes, outros capítulos já são esperados.
Após novo depoimento à PF, nesta terça-feira, classificado como omisso e contraditório, Mauro Cid foi convocado, por Alexandre de Moraes, para prestar novos esclarecimentos. O resultado será então repassado pelo Supremo à procuradoria-geral da República.
Mais do que as contradições, a omissão detectada pela PF pode levar à anulação da delação de Mauro Cid. Mesmo com os novos elementos, a PF deve apresentar ao Supremo, até o fim deste mês, o relatório sobre os atos golpistas, que incluirá indiciamentos, e que pode atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros de seu governo e militares de altas patentes.
Acordo acaba com a hegemonia da Starlink
Um dos acordos bilaterais assinados entre os presidentes Lula e Xi Jinping, da República Popular da China, viabiliza a utilização de satélites da chinesa SpaceSail, que representa não apenas uma alternativa, mas também uma ameaça às operações da Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, no Brasil.
A SpaceSail oferece serviços de internet de alta velocidade por meio de um sistema de satélites de órbita baixa. A empresa conta com 18 satélites e tem estimativa de fabricar 15 mil satélites até 2030.
Com o acordo firmado com a China, a Starlink, de Musk, desafeto público da primeira-dama Janja, perderá a hegemonia na oferta de satélites de baixa órbita para internet de alta velocidade no Brasil.