Cerca de 400 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma área de aproximadamente 1,7 mil hectares em Triunfo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O terreno, que pertencia à CEEE Transmissão, era anteriormente utilizado para plantio e tratamento de eucaliptos destinados à produção de postes de energia.
A ocupação integra a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, realizada anualmente em abril. Segundo o MST, o local encontra-se abandonado e sem cumprir sua função social. “As estruturas dos prédios e do galpão estão degradadas, e houve roubo de transformadores e fios de cobre”, relatou o movimento.
Reivindicação por assentamentos e respostas do governo
Marlon Rodrigues, integrante da direção estadual do MST e morador de um acampamento em Tupanciretã, afirma que o movimento ainda aguarda uma resposta do governo estadual sobre o reassentamento das famílias atingidas pelas enchentes em Eldorado do Sul, ocorridas há cerca de um ano. Além disso, segundo ele, o governo federal ainda não apresentou uma solução definitiva para as mais de 1.600 famílias cadastradas no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) que esperam por um assentamento no Rio Grande do Sul.
“Nós temos um projeto para recuperar essa área por meio da agroecologia, que vai além do monocultivo de eucalipto e da criação clandestina de gado. Já mostramos nos assentamentos da região metropolitana a nossa capacidade de produzir alimentos saudáveis e sustentáveis”, afirmou Rodrigues.
Atualmente, o MST mantém acampamentos ativos em cinco municípios gaúchos: Passo Fundo, Charqueadas, Tupanciretã, Hulha Negra e Encruzilhada do Sul.