A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, o projeto de lei que institui o “Dia da Cegonha Reborn” no calendário oficial da cidade. A proposta, que passou pela segunda votação, estabelece o dia 4 de setembro como data anual de celebração. Agora, o texto aguarda sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD) para entrar em vigor.
De autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), o projeto presta homenagem às artesãs conhecidas como “cegonhas”, responsáveis por confeccionar bonecas hiper-realistas, conhecidas como bebês reborn. Segundo ele, além de representarem uma forma de expressão artística, essas criações têm ganhado relevância como ferramentas terapêuticas, especialmente para mulheres em processo de luto ou enfrentando quadros de depressão.
“O nascimento de um bebê é um momento singular na vida de uma mulher, e não é diferente para as mamães reborn. Seus filhos são enviados por cegonhas, como são chamadas as artesãs que customizam bonecas para se parecerem com bebês reais”, afirmou o vereador.
A iniciativa foi inspirada na artesã Janaina Afonso, que levou a ideia ao parlamentar após relatar preconceitos enfrentados pela profissão. “Minha filha fez um trabalho de escola, e a professora disse que artista reborn não era profissão. Aí pensei: poderia existir o ‘Dia da Cegonha Reborn’. Fiz eventos, levei a proposta adiante e o vereador Vitor Hugo abraçou a causa”, explicou Janaina.
O projeto destaca ainda que os bebês reborn têm sido usados como instrumentos terapêuticos em vários países, funcionando como lembranças simbólicas de filhos perdidos ou como apoio emocional. “Há relatos de psicólogos que utilizam esses bonecos no restabelecimento emocional de pacientes”, diz o texto.
O interesse pelas bonecas reborn tem crescido no Brasil, segundo dados do Google Trends obtidos pela CNN. O pico de buscas aconteceu em outubro do ano passado, com novo aumento em dezembro e outro recente em abril de 2025. Muitos usuários relatam nas redes sociais que encontram nas bonecas uma forma de conforto emocional.
Um dos exemplos mais populares é o da influenciadora Sweet Carol, que viralizou ao simular um parto empelicado de uma boneca reborn. O vídeo, originalmente postado em 2022, voltou a repercutir em abril deste ano, acumulando milhões de visualizações nas redes.
As bonecas realistas podem custar de R$ 400 a R$ 1.300 e são produzidas artesanalmente, com técnicas que simulam traços de bebês reais, como pele, veias, peso e até cheiro. Elas são colecionadas por adultos e também utilizadas em contextos educativos.