A Organização Mundial do Comércio (OMC) confirmou, na terça-feira (12), que recebeu a queixa formal do Brasil contra as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A medida foi anunciada recentemente pelo governo norte-americano, prevendo sobretaxas que podem chegar a 50% em setores como aço, alumínio e alguns produtos agrícolas.
De acordo com o Itamaraty, as tarifas violam compromissos assumidos pelos EUA no âmbito da OMC e configuram restrições injustificadas ao comércio internacional. O Brasil solicitou a abertura de um processo de consultas, primeira etapa prevista nas regras da organização para tentar resolver a disputa de forma negociada.
A queixa brasileira surge em meio ao aumento das tensões comerciais desde o anúncio, pelo presidente norte-americano Donald Trump, de uma política de proteção à indústria nacional. O governo brasileiro afirma que buscará defender os interesses de seus exportadores e que, caso não haja acordo durante as consultas, poderá solicitar a criação de um painel de arbitragem na OMC.
Segundo especialistas, o processo pode levar meses ou até anos para ser concluído, dependendo da complexidade do caso e da disposição das partes em chegar a um entendimento. Enquanto isso, setores afetados já manifestam preocupação com possíveis perdas de mercado e impacto econômico.