O corregedor-geral da Justiça do Rio Grande do Sul, desembargador Tasso Caubi Soares Delabary, cancelou todas as ordens de pagamento dirigidas ao banco Banrisul e que tinham como autorizado o advogado Maurício Dal Agnol, procurado pela Polícia Federal (PF) e pela Interpol. A decisão leva a um retorno de R$ 6 milhões para o Judiciário do Estado.
A decisão ocorre baseada na suspensão preventiva de Dal Agnol feita pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de acusações contra ele. O advogado estaria foragido nos Estados Unidos.
Dal Agnol é acusado de chefiar uma quadrilha que cometeu uma fraude de mais de R$ 100 milhões no Estado. Segundo denúncia do Ministério Público, o advogado se apropriou indevidamente de indenizações de clientes em processos judiciais. Se há 15 anos o advogado possuía patrimônio modesto, hoje é proprietário de centenas de imóveis, avião a jato, automóveis de luxo e milhões de reais em contas bancárias. A Polícia Federal estima que a quadrilha, formada principalmente por advogados e contadores, tenha lesado mais de 30 mil pessoas no Rio Grande do Sul.
A investigação da PF, denominada de operação Carmelina, teve início há dois anos por representação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público Federal (MPF). Foi apurado que uma renomada banca de advogados, com sede principal em Passo Fundo, captava clientes e ajuizava ações contra uma empresa de telefonia. As ações eram julgadas procedentes e o valor recebido não era repassado aos clientes, ou era pago em quantia muito inferior à que havia sido estipulada na ação.