O despejo irregular de lixo nas ruas de Passo Fundo é um problema antigo. Os moradores da rua Sete de Setembro, entre as ruas Coronel Pelegrine e João de Césaro, no Centro, afirmam que não aguentam mais a situação. Entulhos de construção, mobílias antigas, equipamentos eletrônicos quebrados, entre outros objetos, são encontrados diariamente naquele local. A reportagem da Rádio Planalto AM foi verificar a realidade em que vivem os moradores daquela região e se deparou com uma situação deplorável.
Além de poluir e deixar mau cheiro, o acumulo de lixo nas ruas é um grande atrativo para ratos e outros animais transmissores de graves doenças. Segundo a moradora Maria Duarte, aposentada que vive há mais de dez anos no local, esse retrato de lixo e descaso com a região perdura por anos. Ela diz que as autoridades seguem sempre com o mesmo discurso de que logo vão dar um jeito nessa situação, porém não é bem o que acontece. “Eu vivo aqui há muitos anos e sempre temos esse problema. Não adianta ligar para a Prefeitura ou órgãos competentes, a conversa fiada é sempre a mesma. Dizem que vêm amanhã, mas esse amanhã nunca chega”, diz a aposentada.
Mas o problema não para por aí. Outra agravante da situação é a falta de segurança na região que, por mais que esteja no centro da cidade, não possui um fluxo grande de pessoas transitando nesse trecho, que é apenas uma via de ligação para as principais ruas do bairro. Com o matagal crescendo por sobre o passeio, a facilidade para assaltantes e oportunistas cresce ainda mais. O pedreiro Alexandre Pacheco que acompanha o cenário todos os dias em virtude do seu trabalho, disse que são rotineiras as tentativas de assalto na região. “Às vezes as pessoas vão subir as escadas ali (no acesso entre a Sete de Setembro e General Canabarro) e o mato está tão alto, que é possível os “caras” se esconderem e roubarem a primeira pessoa que passar. É ruim pra quem mora aqui e para nós, que trabalhamos direto por aqui”.
Giliano dos Passos, pedreiro que também trabalha no local, acha que esse esquecimento do poder público é uma falta de respeito das autoridades com a sociedade. “Isso é um absurdo, pois as pessoas que vivem aqui vêm há anos reivindicando melhorias na região. Se não são eles que podem ajudar, pra quem devemos pedir ajuda agora?”. O trabalhador ainda ressalta a mobilização dos moradores, para melhorar as condições da via. “Tem morador que tira do bolso para limpar a rua, sendo que a gente já paga caro em impostos para os órgãos competentes fazerem justamente isso.”
São anos de espera por condições melhores de qualidade de vida. Esses moradores continuam aguardando uma solução para o problema, mas até que essa solução não chegue, eles seguem expostos ao lixo e ao esquecimento.