por Luiz Carlos Carvalho
Título ou derrota em Copa do Mundo não significa que está tudo certo ou tudo errado no futebol brasileiro. É preciso avançar sempre de forma interna, ao mesmo tempo que se oferece suporte para o crescimento da Seleção.
Em 1994 e em 2002 o Brasil ganhou o título mundial e o certame nacional demonstrou-se extremamente mal organizado. As principais estrelas já estavam no exterior. O certame era ainda dividido em chaves e longe do que se pode ter como ideal de estruturação. Há várias décadas os clubes estão endividados, sem a devida valorização às categorias de base.
O Brasil quando chegou aos seus títulos foi na base da união do grupo e na força das individualidades. O técnico geralmente era vaiado pela torcida, que pedia a sua saída até chegarem os resultados no momento decisivo. É uma condição muito diferente da condição europeia, onde os atletas atuam no próprio país. Naquele continente o projeto é a longo prazo. A Alemanha perdeu dentro de casa os títulos da Copa das Confederações para o Brasil e da Copa do Mundo para a Itália e manteve suas convicções. No futebol brasileiro, treinador não se mantém com as derrotas.
Planejamento soma, mas a bola tem de entrar. A bem planejada Holanda nunca ergueu uma taça mundial. Copa é torneio. É um sonho de 30 dias, porém, a vida se constrói ao longo de quatro anos.
Cada um com a sua realidade, embora que os bons exemplos possam ser buscados. Apesar dos problemas, a paixão pelo futebol brasileiro sempre permanece. E ainda é o único país que pode ser hexacampeão e que não aparece atrás de nenhum outro em termos de títulos desde 1962.
O importante é afirmar que com vitória ou derrota, quem aprende amar a Seleção Brasileira, como eu, mantém acesa a chama desse sentimento por toda uma vida!