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Aumentam os casos de sífilis em gestantes

Os cuidados com a saúde durante a gravidez são fundamentais para o nascimento de uma criança saudável. Anualmente, estima-se que 3 milhões de mulheres dão à luz no Brasil e um número que preocupa, é que destas, segundo dados do Ministério da Saúde, 2% são diagnosticadas com sífilis, uma doença sexualmente transmissível, que traz inúmeros riscos para a mãe e o bebê. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, exames e cuidados durante o pré-natal e na hora do parto, são realizados para detectar a doença e prescrever o tratamento. Os números de casos de sífilis no HSVP, assim como no país, chamam atenção. Em 2013 foram registrados 42 casos de gestantes com a doença e até junho deste ano, 52 casos já foram notificados.

O obstetra do Corpo Clínico do HSVP, José Oswaldo Drum explica que a sífilis é uma doença bacteriana causada pela bactéria “Treponema pallidum”, e os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas). “Na metade do século passado a sífilis matou muitas pessoas. Nos anos 40 com o advento da Penicilina, medicamento para o tratamento, houve uma diminuição da ocorrência de casos de sífilis. Na década de 80, com o surgimento do vírus HIV (AIDS) voltaram a ter bastante casos da doença, em função da imunidade baixa das pessoas, passando a ser novamente um caso de saúde pública”, relata o especialista, salientando que o descuido das pessoas com as doenças sexualmente transmissíveis, fez com que, aumentasse o número de casos da doença nos últimos anos.

Nas gestantes, segundo Drum a doença preocupa ainda mais pois, possui o agravante da transmissão vertical, ou seja, da doença passar da mãe para o feto.“A preocupação é tanta, que hoje em dia, rastreia-se a mãe em no mínimo três momentos, no inicio da gravidez, no meio e antes do nascimento do bebê. Também é uma obrigatoriedade do Ministério da Saúde e do SUS, que todas as pacientes façam o exame de sífilis antes do parto”, salienta o Obstetra, reiterando a importância do diagnóstico precoce. “Quando o diagnóstico é feito no pré-natal, é realizado o tratamento com o medicamento Penicilina para mãe e o parceiro. O tratamento é rápido, barato e eficaz”.

Sífilis Congênita requer cuidados com o recém-nascido

A Sífilis Congênita, ocorre quando a doença é transmitida via placenta para o bebê. Conforme Drum, a mãe que teve Sífilis e não tratou, pode vir a transmitir a doença para o feto. “Quando o diagnóstico de Sífilis Congênita é feito, o bebê recebe os cuidados desde o momento do parto, com o tratamento no hospital e o acompanhamento. Se não tratada, a Sífilis pode causar alterações neurológicas, lesões oculares, lesões em grandes vasos, lesões cutâneas e problemas renais, no bebê”, enfatiza.

No HSVP, até junho deste ano, 40 casos de Sífilis Congênita foram notificados, número que já ultrapassa os casos de 2013, que ao total foram 38. “A Sífilis ainda é uma preocupação de saúde pública. As pessoas precisam se conscientizar a cerca dos cuidados e métodos de prevenção para esta doença. As gestantes devem fazer o pré-natal e todos os exames necessários, para se ter um diagnóstico precoce e o tratamento preciso”, enfatiza Drum, frisando ainda, a importância do pré-natal para a saúde da mãe e bebê.

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