Os presidentes das constrututoras Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, e Norberto Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foram presos na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal na mais recente fase da operação Lava Jato. A ação da PF em duas das maiores empreiteiras do Brasil também prendeu os executivos Márcio Farias, Alexandre Alencar e Rogério Araújo, da Odebrecht.
Todos os detidos estão sob suspeita desde setembro do ano passado, quando foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como responsáveis pelo pagamento de 23 milhões de dólares de propina da Odebrecht para uma conta aberta na Suíça.
Em nota divulgada nesta sexta, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal deflagrada, pela manhã, em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão e mandados de prisão e condução coercitiva.
A empreiteira, contudo, avalia que esses mandados são desnecessários, sob alegação de que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
Sem esquemas ilícitos
Um dos locais é a sede da Odebrecht, em São Paulo. No fim de maio, a maior empreiteira do País afirmou à Polícia Federal, em petição, que “não participa de esquemas ilícitos, menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores públicos ou executivos de empresas estatais”. A empresa rechaçou com veemência suspeitas sobre contratos com a Petrobras.
Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, afirmou que, além de operar propinas da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de desvios na Petrobras, também operou 600 mil dólares do Caixa 2 da empresa às vésperas de ser pego na operação.
Segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria da empreiteira na Venezuela. “Foi uma operação de 300 mil dólares que mandei para a DGX (conta utilizada pelo doleiro no exterior) e duas operações de 150 mil dólares, que não têm nada a ver com a Petrobras”, relatou.
Erga Omnes
Batizada da Operação Erga Omnes, a nova fase cumpre 59 mandados judiciais em quatro Estados – 38 mandados de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Cerca de 220 policiais federais participam da operação. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
Fonte: Correio do Povo











