O Fórum da Comarca de Passo Fundo recebe, a partir desta quinta-feira (11), o novo julgamento de Luciano Costa dos Santos, conhecido como Costinha, acusado de participação na chamada chacina da Cohab. O crime ocorreu em maio de 2020 e vitimou três pessoas da mesma família: Diênifer Padia, 26 anos, Alessandro dos Santos, 35 anos, e Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos.
A sessão será presidida pelo juiz substituto da 1ª Vara Criminal, Dr. André Luis Ferreira Coelho, com previsão de se estender por até dois dias. A acusação será conduzida pela promotora de Justiça Melissa Stein Scharnberg, com o apoio dos assistentes Gustavo Kronbauer da Luz e Felipe Henrique Leso. A defesa do réu está a cargo dos advogados José Paulo Schneider dos Santos, Matheus da Silva Antunes e João Augusto Ribeiro Kovalski.
Luciano já havia enfrentado o Tribunal do Júri em agosto de 2024. Na ocasião, foi condenado a 44 anos de prisão pelas mortes de Alessandro e Kétlyn, mas acabou absolvido pela morte de Diênifer, considerada pela investigação o alvo central dos mandantes. Sua então companheira, Monalisa Kich, também julgada naquele momento, foi absolvida. Meses depois, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o julgamento, apontando contradições na decisão dos jurados: condenação por vítimas secundárias e absolvição em relação à principal. Por isso, o caso retorna a plenário agora em 2025.
Novos elementos no processo
Desde o primeiro júri, o processo ganhou novos capítulos. Em 2024, foram presos os irmãos Fernanda Rizzotto e Claudiomir Rizzotto, que estavam foragidos havia quatro anos. Eles são apontados como mandantes do crime, ao lado do empresário Eleandro Roso, já condenado a mais de 60 anos de prisão em julgamento anterior. As novas prisões trouxeram ao inquérito conversas e documentos que devem ser utilizados tanto pela acusação quanto pela defesa.
A estratégia da acusação segue sustentando que Luciano teve participação direta no planejamento e na execução do crime, ajudando a viabilizar o assassinato de Diênifer, enquanto Alessandro e Kétlyn teriam sido mortos para não restarem testemunhas. A defesa, por outro lado, alega que a participação de Luciano se restringiu a uma investigação paralela sobre a vida de Diênifer meses antes dos homicídios, sem envolvimento direto nas mortes.
O crime
Na noite de 19 de maio de 2020, criminosos entraram na residência da família, no bairro Cohab I, em Passo Fundo, sob o pretexto de comprar móveis anunciados pela internet. Lá, renderam as vítimas e as mataram por estrangulamento com lacres plásticos. Outras três crianças também estavam na casa e presenciaram a cena, escapando sem ferimentos.
As investigações concluíram que a motivação do crime estava ligada ao relacionamento extraconjugal entre Diênifer e Eleandro Roso, que resultou no nascimento de uma criança. O caso teria gerado conflitos com a esposa dele, Fernanda, levando à decisão de eliminar a jovem.
Expectativa para o julgamento
A retomada do júri é aguardada com atenção pela comunidade de Passo Fundo, que acompanhou o caso desde o início e ainda cobra respostas definitivas sobre todas as responsabilidades. A previsão é de que o julgamento se estenda até sexta-feira (12), com debates intensos entre acusação e defesa antes da decisão dos jurados.
Reportagem: Redação
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