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Acidente com Césio-137 em Goiânia completa 38 anos Tragédia de 1987 deixou quatro mortos oficialmente, centenas de contaminados e ainda gera desdobramentos jurídicos e sociais

Foto: Agência Gov

O acidente radiológico com Césio-137, considerado o mais grave do Brasil e um dos maiores do mundo fora de usinas nucleares, completa 38 anos em 2025. A tragédia ocorreu em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho de radioterapia abandonado no antigo Instituto Goiano de Radioterapia foi desmontado por catadores de sucata.

O material, que continha césio-137, espalhou radiação em diferentes pontos da cidade. O episódio resultou em quatro mortes reconhecidas oficialmente — entre elas a da menina Leide das Neves Ferreira, de seis anos — e na contaminação de centenas de pessoas. Ao todo, mais de 112 mil moradores foram monitorados nas semanas seguintes.

As áreas atingidas foram isoladas, casas demolidas e toneladas de rejeitos radioativos foram enterradas em estruturas de concreto no município vizinho de Abadia de Goiás, onde permanece o depósito até hoje.

Atendimento e referência médica

Os casos mais graves foram tratados no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, que se tornou referência mundial no atendimento a radioacidentados. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), 16 pacientes gravemente afetados sobreviveram graças ao tratamento.

Preparação e legado

Desde o acidente, o Brasil ampliou os protocolos de emergência radiológica e reforçou a capacitação de equipes médicas e de defesa civil. Ainda assim, as vítimas seguem em busca de reparações na Justiça. Em 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou decisões que reconhecem direitos de indenização e desapropriação indireta para famílias afetadas.

Memória e alerta

O episódio permanece como um marco na história do país e um alerta permanente sobre o risco do manuseio inadequado de rejeitos radioativos. O acervo de documentos e estudos produzidos desde 1987 serve de referência internacional para a área de segurança nuclear.

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