No dia 30 de setembro de 2017, há exatos 8 anos, a música gaúcha perdeu um de seus maiores ícones: Adelar Bertussi, o sanfoneiro pachola, faleceu aos 84 anos em Campo Largo, no Paraná, onde vivia com a família. Vítima de complicações respiratórias e cardíacas, ele deixou uma trajetória de mais de 70 anos dedicada à música do Rio Grande do Sul.
Nascido em 15 de fevereiro de 1933, em Caxias do Sul (RS), Adelar fazia parte de uma família de músicos de origem italiana. Foi ainda menino que começou a trilhar seu caminho na música, tocando cavaquinho, gaita de botão e pandeiro. Seu pai, Fioravante Bertussi, reuniu os quatro filhos em um grupo que animava bailes e festas da região. Entre todos os irmãos, Adelar e de seu irmão Honeyde rapidamente se destacou.
Na década de 1950, a dupla Irmãos Bertussi, formada por Adelar e Honeyde (1923/1996), se consolidou como a dupla de gaiteiros da música gaúcha. Com um estilo único, que trazia técnica no acordeon e um repertório com a identidade regional, os dois irmãos conquistaram o Brasil e ajudaram a moldar o que hoje é reconhecido como a verdadeira música gaúcha.
Logo após a dupla com o irmão, Adelar também integrou, nos anos 60 e 70, o grupo “Cobras do Teclado”, ao lado do gaiteiro Itajaíba Mattana. Juntos, lançaram vários discos que marcaram época.
O legado de Adelar é gigante: mais de 50 discos gravados entre LPs e CDs, mais de 400 músicas registradas e cerca de 6 mil apresentações realizadas no Brasil e no exterior. Mas o que realmente eternizou seu nome foi o seu estilo inconfundível de tocar conhecido e reverenciado até hoje como o “toque Bertussi”.
Sua técnica, identidade e carisma seguem inspirando gerações de acordeonistas e amantes da música gaúcha. Como dizem muitos gaiteiros Brasil afora: “Quem escuta, reconhece. é Os Bertussi que estão tocando”.
Oito anos após sua partida, Adelar Bertussi segue vivo na memória. Seu legado não apenas resiste ao tempo, mais sim, ele cresce a cada dia quando alguém toca e canta suas músicas.