Durante entrevista à Rádio Planalto News, o médico Dr. Júlio Stobbe detalhou os perigos da intoxicação por metanol, substância utilizada de forma indevida na produção de bebidas alcoólicas e responsável por dezenas de casos graves no país. O metanol é um tipo de álcool industrial, semelhante ao etanol, usado nas bebidas comuns, mas extremamente tóxico quando ingerido.
Ao ser metabolizado pelo fígado, o metanol se transforma em formaldeído e ácido fórmico, compostos que causam danos ao sistema nervoso central, podendo levar à cegueira, coma e até à morte. Os sintomas da intoxicação costumam aparecer entre 6 e 72 horas após o consumo, incluindo dor abdominal em cólica, visão turva, tontura, náusea, vômito e confusão mental.
O risco aumenta com o consumo de bebidas adulteradas, especialmente as produzidas sem controle de qualidade. Estimativas indicam que cerca de 30% das bebidas comercializadas no país podem ter algum tipo de falsificação. O problema ocorre principalmente com os destilados, que, quando fabricados de forma inadequada, podem conter quantidades elevadas de metanol.
Entre as medidas de tratamento, o médico destacou o uso do medicamento fomepizol, recentemente liberado pela Anvisa, e a aplicação hospitalar de álcool etílico endovenoso, que ajuda a reduzir os efeitos tóxicos da substância. A principal recomendação é evitar bebidas de procedência duvidosa, adquirindo produtos apenas de locais fiscalizados e com registro.
O alerta reforça a importância da fiscalização e da conscientização da população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas, que representam uma ameaça real à saúde pública.











