A Arquidiocese de Passo Fundo, no dia 12 de outubro, celebra a 44ª Romaria em honra a Nossa Senhora Aparecida. Ela está em sintonia com o Ano Jubilar 2025 que tem por lema Peregrinos de Esperança. Na proclamação do Jubileu o Papa Francisco ressaltou que a esperança necessita de testemunhas convincentes. Sem dúvida, Maria é a primeira. Escreve Francisco: “A esperança encontra, na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada. Nela vemos como a esperança não é um efêmero otimismo, mas dom de graça no realismo da vida”. Por isso, o lema da 44ª Romaria é Maria, testemunha da Esperança.
A vida humana é um caminho. Rumo a qual meta? Como encontramos o itinerário a seguir? No caminho tem escuridão, névoas, tempestades e por isso procuramos indicações seguras. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão, não se iludiram com falsos caminhos e nem se acomodaram na estrada. Estas pessoas são testemunhas que podem ser seguidas. Na peregrinação da vida cristã Maria é luz e testemunha da esperança. Recordemos algumas atitudes e fatos narrados pelos evangelistas onde atua e está presente Maria.
Maria pertencia ao povo de Deus que esperava a realização da promessa do Salvador. Quando recebe a visita do anjo Gabriel e lhe é pedido a sua colaboração, ela diz “sim”. “Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Assim a esperança de milênios se tornou realidade e o Salvador veio habitar entre nós. Logo a seguir, Maria foi ao encontro de Isabel levando a boa notícia. Colocou-se a serviço de Isabel que esperava o nascimento de João Batista. As duas compartilham as alegrias das ações de Deus na história.
Em Belém, quando nasce Jesus, brilhou o esplendor dos anjos trazendo a boa notícia aos pastores. Hoje nasceu o Salvador, paz na terra aos homens por Deus amados. Magos, vindos do oriente, buscavam respostas para sua vida. Eles encontram, presenteiam e adoram o menino. Maria recebe estes visitantes e apresenta o menino Jesus. Depois, José e Maria levam Jesus ao Tempo e lá se encontram com Simeão e Ana. Estes glorificam a Deus dizendo que Jesus é “luz para iluminar as nações” e “salvação para os povos”.
Maria acompanha Jesus na pregação. Está presente nas Bodas de Caná e atenta ao bem-estar dos recém-casados. Pede para Jesus ajudar na solução do problema que estava por aparecer. Nas primeiras pregações na Sinagoga de Nazaré as pessoas ficam admiradas e encantadas por Jesus, mas também apareceram rapidamente os que o rejeitam. Maria acompanhou o crescente poder da hostilidade e da rejeição que se ia progressivamente afirmando em volta de Jesus até a hora da cruz, onde se fez presente, ficando de pé.
Escreve Francisco na Bula Jubilar: “E, aos pés da cruz, enquanto via Jesus inocente sofrer e morrer, embora atravessada por terrível angústia, repetia o seu “sim”, sem perder a esperança e a confiança no Senhor”. Da cruz, Jesus dá uma nova missão para Maria. “Mulher, eis aí o teu filho”. A partir da cruz Maria ficou mãe de maneira nova: mãe de todos aqueles que querem acreditar em Jesus Cristo e segui-lo.
Maria que acompanhara Jesus no caminho escutou o anúncio da ressurreição. Ela esperou na certeza, com os discípulos, mesmo na escuridão do sábado santo, a manhã da Páscoa. A alegria da ressurreição tocou seu coração e unindo-se de um modo novo aos discípulos formou com eles a Igreja. Permaneceu rezando com os discípulos e no dia de Pentecostes recebeu com eles o dom do Espírito Santo.
Desde aquele dia Maria caminha com a Igreja. “A piedade popular continua a invocar a Virgem Santa como Stella Maris (estrela do mar), um título que expressa a esperança segura de que, nas tempestuosas vicissitudes da vida, a Mãe de Deus vem em nosso auxílio, apoia-nos e convida-nos a ter fé e a continuar a esperar”, escreve Francisco na Bula Jubilar. Maria é a peregrina da esperança que ilumina a 44ª Romaria e a peregrinação de cada dia.
Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de Passo Fundo