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“Eu já senti o que os pacientes sentem: tratei e fiquei curado” O urologista Douglas Pedroso compartilha sua experiência com o câncer de próstata para reforçar a importância do diagnóstico precoce

Texto e foto: Ana Paula Koenemann - Comunicação HSVP

Novembro Azul é uma campanha mundialmente conhecida que incentiva o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Como de costume, buscamos um dos especialistas do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, para destacar a importância de conscientizar os homens sobre os cuidados com a saúde.

Desta vez, o convidado para falar sobre o tema foi o urologista Douglas Pedroso, de 74 anos, que, além de oferecer orientações médicas, decidiu compartilhar com os leitores sua experiência pessoal. “Em 23 de abril deste ano, completei 15 anos da cura de um câncer de próstata. Os pacientes se enxergam em mim. Eu já senti o que eles sentem, tratei e fiquei curado.”

Além disso, há 18 anos, o Dr. Douglas também enfrentou um hepatocarcinoma, passou por um transplante de fígado no HSVP, e ficou curado, sem sequelas. Com a legitimidade de quem conhece, na prática, a importância do diagnóstico precoce, ele afirma: “Se nós olharmos o contexto médico, só existem duas doenças para as quais posso oferecer cura ao meu paciente: infecção e câncer. Claro, às vezes há recidiva e o paciente precisa de tratamento complementar. Mas, no contexto geral, com detecção precoce e um bom tratamento, as chances de cura são de 96% no câncer de próstata.”

O urologista destaca que a detecção precoce do câncer de próstata é feita por meio do exame de toque retal e da dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico), a partir dos 45 anos em casos de histórico familiar, ou após os 50 anos para os demais. “É um exame simples e eficaz. O dedo do urologista detecta nódulos de até 1,5 cm que, às vezes, nem o ultrassom identifica. Havendo suspeita, realiza-se ressonância, biópsia e, então, define-se o melhor tratamento. Atualmente, para câncer localizado, a indicação é cirúrgica.”

A maior incidência de câncer de próstata ocorre entre os 50 e 65 anos, sendo uma doença silenciosa, sem sintomas nas fases iniciais. Isso a diferencia da hiperplasia prostática benigna, que pode causar sinais como jato urinário fraco, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, entre outros. Para a hiperplasia, o tratamento pode ser feito com medicação ou, em casos mais avançados, por meio de cirurgia a laser, como o procedimento com a tecnologia HoLEP.

O médico explica que os riscos da cirurgia são mínimos quando comparados ao desejo de cura e à vontade de viver. “Na prostatectomia radical, pode haver incontinência urinária transitória (em cerca de 10 a 15% dos casos) e disfunção erétil, ambas com tratamento disponível. Mas, quando realizada na fase inicial da doença, a cirurgia oferece altas chances de cura. Em alguns casos específicos, como câncer de grau 1 sem sinais de progressão, é possível optar pela vigilância ativa”.

Para reduzir os riscos da doença, a recomendação médica é unânime: manter uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. “Está comprovado que a prática regular de musculação, exercícios físicos e atividades aeróbicas diminui significativamente o risco de câncer de próstata. A alimentação também desempenha um papel importante: dietas balanceadas e até o jejum intermitente podem ajudar a prevenir diversos tipos de câncer. A obesidade, por outro lado, aumenta consideravelmente as chances de desenvolvimento da doença, especialmente em pessoas que não se cuidam e acumulam gordura corporal”.

Para os homens que ainda têm preconceito sobre o assunto, Douglas Pedroso deixa um recado: não ignore o câncer de próstata e não adie o início dos cuidados. Para os pacientes que já estão em tratamento, ele se sente feliz em ser um exemplo de superação. “Vejo que, por meio da minha trajetória, consigo transmitir esperança, empatia e segurança. Quero que todos saibam que o câncer de próstata, quando detectado precocemente, tem cura.”

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