O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou nesta quarta-feira (26) que o tornado que devastou cerca de 90% de Rio Bonito do Iguaçu e atingiu áreas de Guarapuava no dia 7 de novembro foi reclassificado para categoria F4 na Escala Fujita — nível que registra ventos entre 332 km/h e 418 km/h. Trata-se de um dos eventos climáticos mais destrutivos das últimas décadas no estado.
Ao todo, 11 municípios foram atingidos pelos três tornados formados a partir de duas supercélulas: Rio Bonito do Iguaçu, Turvo, Guarapuava, Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Laranjeiras do Sul, Virmond, Cantagalo e Candói.
Rio Bonito do Iguaçu, com cerca de 14 mil habitantes, foi o local mais afetado. A Defesa Civil contabiliza quase 1,5 mil casas danificadas, mais de 11 mil pessoas impactadas e cerca de 1,1 mil desabrigados ou desalojados. O município também registrou seis mortes. Em Guarapuava, o tornado provocou uma morte, totalizando sete vítimas fatais no estado.
O número de feridos chega a 835 pessoas, todas atendidas em unidades de saúde da região.
A força destrutiva impressionou especialistas. Em Rio Bonito do Iguaçu, o tornado atingiu sua intensidade máxima, com largura estimada de 3,2 km, derrubando edificações, arremessando veículos e tombando caminhões. Em Guarapuava, um contêiner chegou a ser lançado a cerca de 150 metros, outro indicativo da potência da tempestade.
O laudo técnico, que reúne mais de 130 páginas, aponta que o desastre foi provocado pelo ramo frio de um ciclone extratropical que avançou sobre o Sul do Brasil, criando condições para tempestades severas. A combinação de instabilidade termodinâmica, transporte de ar quente e úmido e forte cisalhamento do vento favoreceu a formação das supercélulas responsáveis pelos fenômenos.
O Tornado 1 percorreu aproximadamente 75 km, passando por oito cidades e atingindo intensidade F4 em Rio Bonito do Iguaçu. O Tornado 2, classificado também como F4 em Guarapuava, percorreu 44 km. Já o Tornado 3, que atingiu Turvo, teve menor extensão, com 12 km.
Na quarta-feira (26), uma equipe do Grupo Planalto de Comunicação esteve em Rio Bonito do Iguaçu levando donativos arrecadados pela campanha solidária promovida pelas emissoras. Além disso, os profissionais acompanharam de perto a realidade dos moradores e registraram histórias de sobrevivência, solidariedade e reconstrução, que serão compartilhadas ao longo da programação.
Considerado um dos maiores eventos dessa categoria no Paraná em 30 anos, o desastre mobiliza uma grande força-tarefa entre governo, voluntários, entidades e empresas. Os esforços agora se concentram na reconstrução das cidades, especialmente Rio Bonito do Iguaçu, que ainda luta para retomar a normalidade.
Fotos: Grupo Planalto de Comunicação
