Grupo Planalto de comunicação

Esse é o caminho da democracia?

 

Invadir prédios
públicos ou afrontar a Constituição, ou ainda governar para o seu umbigo, não
reflete em atos que podem ser chamados de democráticos. O quebra-quebra, o
enfrentamento, seja físico, moral ou somente em palavras, com tons raivosos e
vingativos, só leva ao caos.

Determinar a prisão, cancelar ou bloquear contas de redes
sociais, usufruir de poderes lhes concedidos pelos cargos que ocupam,
endossados pelas normas rígidas (nem tanto, mas que deveriam sim) servir à
condução da Nação, expressando a legal, moral, correta e verdadeira
interpretação da lei, independente de quem a ela serve, bem como zelar e
defender ações de todos os credos, desde que intrínsecos na lei maior, são
atribuições que deveriam ter o respaldo nacional. São processos naturais de
quem está no degrau acima, para defender e agir em prol dos que estão abaixo.

Porém, não é o que acontece no Brasil, atualmente.

Toda a ação que já vimos nesses últimos dois meses, amparadas
pelo verde e amarelo, pedindo simplesmente a divulgação do tal “código fonte” e
que isso, certamente, não iria abalar nenhuma ação de resultado que não fosse
do conhecimento público, tornou-se uma briga entre o dono da bola e o seu lugar
no time. O todo-poderoso mandatário do STF e seus colegas sequer imaginaram
que, enquanto no poder, pudessem usufruir do livre arbítrio de fazer valer
muito mais a sua vontade do que o seu direito. E não se trata de outra coisa, a
não ser o tal do bom senso. Afinal, quem não deve….

Um povo que engoliu alguns desses atos, assinados pelos
integrantes da tal supremacia, que propuseram-se a deixar de lado a vontade da
grande maioria (isso já reflete quem manda e quem tem que obedecer), chegou a
ensaiar manifestações para expressar seu descontentamento. Não queríamos que
rasgassem a Constituição com a questão da Segunda Instância. Não queríamos que
condenados pela lei, no seu devido cumprimento, fossem libertados por um
canetaço, colocando em cheque a própria lei e quem a tem, por função, em suas mãos.

O povo brasileiro que não tem bandeira política e até muitos
dos que a têm, não concorda com o que está acontecendo na dita DEMOCRACIA. São
atos que só despejam a raiva e o confronto, não só no campo das ideias.

E o que ocorreu no domingo ultrapassou esses limites.

É difícil ser apenas racional quando se vê um homem envolto
na Bandeira do Brasil – que muito representou em uma campanha política,
afirmando ser um lado democrático, patriota, defensor da lealdade à Pátria,
MAS, ACIMA DE TUDO, UM SÍMBOLO NACIONAL- ser um anarquista e vândalo que entra
em um prédio federal para depredar.

Isso não é e nunca será democrático.

Lutar sim, mas no campo das ideias. No campo da
transformação, de caminhar olhando o futuro.

Depredar a sede de um poder, seja de qual for a esfera, é
vandalismo. É forçar uma reação de um lado que você não sabe como vai reagir.

E forçar a depredação é, acima de tudo, burrice! É cair no
popularesco de que aqui eu mando, vocês obedecem!

O caminho correto, doa à esquerda ou à direita, aos lulistas
ou bolsonaristas, é o de entendimento, de ganhar e ceder, de ouvir e falar com
respeito aos princípios dos indivíduos e respeitando a lei.

Não há outra forma. Não há outra saída!

Que Deus proteja os próximos dias e meses de todo esse país!

Autor: Dilerman Zanchet – Radialista e Jornalista (DRT 360/03-18)

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