“O agronegócio é o conjunto de atividades econômicas
que derivam ou estão conectadas à produção agrícola e seu comércio. Trata-se de
um importante pilar da economia brasileira.” – (TOTVS)
A economia
brasileira é, há tempos, alavancada no cenário internacional graças ao agro. É
esse o setor que impulsiona o desenvolvimento e faz com que o país seja visto
com grande potencial para alimentar o mundo.
Infelizmente,
o agro não é tratado como merece. E não estou escrevendo aqui sobre a tradicional
lamúria brasileira de dizer que o negócio do setor primário serve para, após
uma safra bem-sucedida, o produtor trocar de camionete ou de trator.
O agro vai
além da volta no umbigo dos grandes “intelectuais” brasileiros. Daqueles que só
veem o campo como uma alavanca de enriquecimento. Claro que, quem planta e
trabalha de sol a sol, tem que ter lucro. Esse é o principal objetivo do
trabalho. Mas outro fator – diria o principal – é o fato de que alimenta o
mundo.
Não se trata
só dos grãos, que impulsionam as indústrias, alimentam o mundo e nos oferecem
as condições necessárias (alimentados, claro!), de pensar e refletir. Mas se
movimentar uma grande cadeia de negócios, desde o transporte e as indústrias
que se beneficiam disso, ao beneficiamento dos grãos, à produção de máquinas
para tal, e até a geração de empregos na cidade, longe do campo, criada pela
necessidade da aquisição de bens de consumo provocados pelo próprio agro.
A preocupação
que me ocorre e por isso disserto sobre o tema, é a forma e os rumos que estão
sendo dados pelos governos – Estadual e Federal, ao agro. Me refiro não
especificamente ao pequeno, chamado de economia da agricultura familiar. Essa
consegue lutar diariamente para fornecer o leite, o pão, o queijo e o salame
para a mesa de quem mora na cidade. Claro, sobrevivendo também às intempéries,
à seca, ao abusivo preço do combustível para o trator, para a camionete. Mas
também ao produtor de grãos – soja, milho, trigo – que vê, diariamente e com
apreensão, a inconsistência do preço dos combustíveis, o dólar – moeda
internacional de compra e venda – e suas variações, insumos para a produção e,
claro, o preço final do produto, na cooperativa.
O agro precisa
de respeito.
Quando
os governos – principalmente o Federal, der o valor adequado, deixando de
assombrar produtores e conceituá-los como degradantes da natureza, através de
políticos de gabinete, teremos maior entendimento e até maior produtividade.
As
dificuldades desse setor, seja por variações climáticas, ou mesmo pelos entraves
burocráticos que os nossos políticos impõem, para agradar a alguns setores
ditos como “ambientalistas”, assustam, irritam e causam preocupação.
Deixem
o agro produzir.
O
produtor, seja pequeno ou grande, não quer favores dos cofres públicos, como
quase todos os outros os querem. Ele quer, apenas, respeito e respeito.
Respeitem
quem produz. Respeitem quem alimenta. Respeitem quem chora e reza pelo fim da
seca. E respeitem, principalmente, quem alimenta o mundo!
Haverá
alimentos, haverá futuro, para o Brasil ou para o mundo, sem o agro?
Autor: Dilerman Zanchet – Radialista e Jornalista (DRT 360/03-18)