Nesta sexta-feira (26), as direções dos três hospitais de Passo Fundo – Municipal, São Vicente de Paulo e de Clínicas – estiveram reunidos com o Ministério Público do Estado para tratar da superlotação das emergências. A discussão é fundamental frente ao aumento da demanda por atendimentos em função da chegada do outono e das doenças respiratórias.
De acordo com a coordenadora de Recuperação à Saúde, Caroline Gosch, todas as emergências estão enfrentando lotação, priorizando o atendimento dos casos graves. “Assim, o paciente estável e com menor gravidade acaba demorando mais para ser atendido porque os profissionais estão dedicados a atender as situações urgentes”, destaca.
Uma das solicitações feitas pelos hospitais ao Ministério Público é que haja uma redistribuição da chamada Vaga Zero para não sobrecarregar as emergências. “A Vaga Zero é um recurso essencial para atender pacientes com risco de morte. Então, os hospitais São Vicente de Paulo e de Clínicas acabam recebendo pacientes de Passo Fundo e da região, regulados pelo Estado, independentemente de haver ou não leito disponível”, explica Caroline.
Além disso, conforme a coordenadora, uma das orientações reforçadas durante a reunião é que os pacientes com sintomas leves busquem os serviços das unidades de saúde nos seus bairros. “Essa é uma recomendação que busca contribuir com a redução da demanda nas emergências”.
A fim de dar suporte para as unidades de saúde, a Prefeitura abriu, nesta semana, um novo edital para a contratação de médicos. O edital 52/2023 busca suprir duas mil horas mensais com profissionais generalistas, clínicos gerais, especialistas em Saúde da Família e Comunidade e pediatras. Além disso, novas ações estão sendo estudadas para reforço de ações pelo Municipio.
Ainda, tendo em vista a procura por atendimento nas emergências devido às doenças respiratórias, a orientação da Secretaria Municipal de Saúde é que a população faça o reforço anual contra a gripe, que está disponível para todas as pessoas com mais de seis meses, e a vacina bivalente contra a Covid-19, destinada, neste momento, a todas acima dos 18 anos. “Se a população procurasse a vacinação, haveria uma redução da gravidade dos casos envolvendo as doenças respiratórias que chegam até as emergências”, ponderou Caroline.
Como funcionam os atendimentos na emergência do Hospital Municipal
O diretor técnico do Hospital Municipal, Diego Teixeira de Farias, explica que os atendimentos são organizados seguindo o protocolo de acolhimento do Ministério da Saúde, que, além de estabelecer tempos de espera, prioriza as pessoas que precisam de atendimentos de forma mais rápida. “O atendimento no Hospital Municipal começa desde a abertura da ficha com a classificação de risco. Fizemos a triagem de acordo com os sinais vitais que os pacientes apresentam e atribuímos uma cor, que vai da vermelha à azul”, pontua.
O médico esclarece situações que se enquadram em cada cor e o tempo de espera. “A cor vermelha é de atendimento imediado, fornecida a pacientes infartados e convulsionando, por exemplo. A amarela é utilizada para casos como crise de asma e cólica renal, tendo 60 minutos. A verde é para históricos de náusea e vômito, por exemplo, possuindo até 120 minutos para atendimento. Por fim, temos a cor azul, utilizada para pacientes com dor de cabeça, dor de ouvido, uma rinite, e que atribui um período de até 240 minutos”, justifica, enfatizando que, por conta do aumento da demanda de urgência, há o represamento das fichas azuis, que poderiam ser atendidas na Atenção Básica.
Dessa forma, ele salienta a importância de haver a compreensão da comunidade. “Pedimos a colaboração para que os pacientes que se enquadram na cor azul procurem as unidades de saúde próximas de suas casas”, reforça.