A liturgia do segundo domingo do Advento direciona a atenção para a missão insubstituível dos mensageiros para anunciaram o Salvador (Isaías 40,1-5.9-11, Salmo 84, 2 Pedro 3,8-14 e Marcos 1,1-8). “Eis que envio o meu mensageiro à tua frente, para preparar o caminho”. “Sobe ao alto monte, tu, que trazes a boa-nova […] levanta com força a tua voz, tu, que trazes a boa-nova a Jerusalém”.
Todos os grandes acontecimentos na sociedade vêm preparados e são anunciados com antecedência. São usados todos os meios possíveis para chamar atenção, despertar o desejo, chamar para participar e usufruir daquilo que é oferecido. Da mesma forma, o grande acontecimento do Natal foi preparado pela voz dos profetas e pelos acontecimentos do Antigo Testamento. O começo da vida pública de Jesus foi anunciado por São João Batista. Hoje, é missão da Igreja anunciar a chegada do Salvador no Natal de 2023.
A quem o mensageiro anuncia? A profecia de Isaías aconteceu num período muito sofrido do povo de Deus que voltava do exílio da Babilônia para Jerusalém que tinha sido destruída. Se for possível uma comparação, é a situação das pessoas que perderam uma, duas vezes tudo o que tinham nas catástrofes naturais. Nesta situação, Deus fala pelo profeta. “Consolai o meu povo, consolai-o! […] Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que a servidão acabou. […] Eis que Deus vem com poder, seu braço tudo domina. […] Como pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo”.
João Batista anuncia Jesus Cristo que “depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Em nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. E, São Pedro ensina que “ele (Deus) usa de paciência para convosco. Pois não deseja que alguém se perca. Ao contrário, quer que todos venham a converter-se”.
O mensageiro anuncia como deve ser preparada a vinda de Deus. Isaías fala em preparar um caminho pelo deserto removendo os obstáculos para tornar a viagem mais rápida e menos cansativa. João Batista repete a exortação de Isaías e prega um batismo de conversão para o perdão dos pecados. “Confessavam seus pecados e Joãos os batizava no rio Jordão”. São Pedro convida: “Caríssimos, vivendo nessa esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura e sem mancha e em paz”.
Com a acolhida do Messias Salvador renova-se, segundo São Pedro, a esperança,: “O que nós esperamos de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça”. O mesmo desejo e a mesma certeza o salmista reza cantando. Em comunhão com o salmista, cantamos hoje para alimentar o desejo de acolher Jesus Cristo, neste Natal.
“Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto da salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus”.