O tradicionalismo divide a história da pilcha masculina em quatro fases: chiripá primitivo, braga e chiripá, chiripá farroupilha e, finalmente, bombacha.
Quando os portugueses e espanhóis colonizaram o pampa, os indígenas utilizavam o chamado chiripá primitivo, um traje simples feito de couro cru ou algodão, amarrado à cintura. Com a influência europeia, esse traje foi ganhando novos elementos, como a guaiaca.
A braga, um calção largo acompanhado de ceroulas de crivo, começou a ser usada pelos estancieiros mais abastados. Durante a Guerra dos Farrapos, o chiripá indígena foi adaptado para facilitar a montaria, dando origem ao chiripá-fralda.
A bombacha chegou ao sul da América do Sul por diferentes caminhos, sendo sua origem mais aceita ligada à Guerra da Crimeia (1853-1856) e à Guerra do Paraguai (1864-1870). Os britânicos, ao produzirem bombachas para os aliados turcos na Crimeia, ficaram com excedentes, que foram vendidos aos exércitos da Tríplice Aliança. Assim, os militares sulistas trouxeram o traje para o cotidiano da região, tornando-o parte da vestimenta tradicional gaúcha.
Inicialmente usada apenas pelos peões, a bombacha foi gradualmente adotada por todas as classes sociais. No século XX, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) consolidou seu uso como símbolo identitário do Rio Grande do Sul.
Hoje, a bombacha pode ser larga ou ajustada, variando conforme a região. Em 1989, a Lei Estadual da Pilcha (nº 8.813) oficializou a vestimenta como traje oficial gaúcho. No ambiente urbano, homens e mulheres seguem adotando a bombacha, reafirmando o orgulho e a valorização da cultura local.