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A história e o significado por trás de “Quando o Verso Vem Pras Casas”, de Luiz Marenco

Foto: divulgação

A música “Quando o Verso Vem Pras Casas”, composta por Luiz Marenco, é uma das obras mais emblemáticas do nativismo gaúcho, destacando-se por sua riqueza poética e melódica. O chamamé, que possui versos de Gujo Teixeira e melodia de Luiz Marenco, foi escrito em 16 de agosto de 1995 e reflete com fidelidade a tradição do Rio Grande do Sul.

A canção ganhou grande destaque em 1997, quando foi interpretada na 9ª Tafona da Canção Nativa de Osório, por Luiz Marenco e Jari Terres. O trabalho merecidamente conquistou o primeiro lugar no festival, além de receber o prêmio de Melhor Tema Campeiro. Ainda naquele ano, “Quando o Verso Vem Pras Casas” foi agraciada com o Troféu Vitória como Melhor Música Regional, um reconhecimento importante dentro do cenário tradicionalista.

Além da beleza da composição, a música é rica em termos e expressões típicas do campo gaúcho, carregadas de significado e história. A seguir, algumas palavras presentes na canção são explicadas para melhor compreensão:

  • TARUMÃ: uma árvore nativa, de flores roxas e pequenos frutos que mancham, conhecida também como reviria.

  • PAÑUELO: palavra em espanhol que significa “lenço”.

  • MARAGATO: referência à cor vermelha; no contexto da música, o “pañuelo maragato” simboliza o entardecer, quando o céu se tinge de vermelho.

  • REPONTE: movimento de algo que surge ou aparece lentamente.

  • CAMPEREADA: refere-se às tarefas e atividades do dia a dia no campo.

  • GATEADA FRENTE ABERTA: descrição de uma égua com pelagem gateada (malhada) e uma marca branca na testa.

  • RAMADA: uma estrutura simples feita com ramos, galhos ou capim que oferece sombra próxima ao rancho, onde os peões descansam.

  • LONJURAS: caminhos, estradas ou distâncias percorridas.

  • JUJAR O MATE: ato de adicionar ervas ou chás ao mate para variar o sabor; na música, menciona-se a camomila (maçanilha).

  • VENTO TROUXE COPLAS: versos trazidos pelo vento, simbolizando a transmissão da poesia.

  • CANDIEIRO: lamparina antiga, movida a óleo, usada para iluminação.

  • QUARTO GORDO NAS BRASAS: referência a um jantar, geralmente um assado, com “quarto” sendo o pernil da ovelha.

  • CAMPANHA: região rural e interiorana do Rio Grande do Sul.

  • RONDAR: vigiar ou cuidar, atividade comum no trabalho rural.

  • CANCELA: porteira de entrada de uma propriedade.

  • DESGARRAR A TROPA: quando o gado se dispersa ou escapa do grupo.

  • VÁRZEA: parte plana do terreno, geralmente fértil.

  • GATEADO: termo que também se refere ao cavalo com pelagem malhada.

  • PRENDA: forma carinhosa de se referir à mulher amada.

  • SOL PONTEAR NA COXILHA: expressão que indica o nascer do sol atrás de uma elevação do terreno (coxilha).

  • CERNE: parte mais dura e resistente da madeira, que queima lentamente.

  • CAMBONA: chaleira rústica feita de lata com alça de arame, tradicionalmente usada por tropeiros.

  • REDOMONA: égua em processo de amansamento, que ainda exige cuidado e dedicação do peão.

Em 1999, “Quando o Verso Vem Pras Casas” foi incluída em um álbum homônimo, que reúne diversas composições de Gujo Teixeira e Luiz Marenco, consolidando-se como um dos discos mais significativos do nativismo gaúcho.

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