Não é um exagero afirmar que a família do agricultor Eloy Calegari, de Ibirapuitã, já está acostumada a colher alimentos gigantes na lavoura localizada em Posse Lemes, interior de Ibirapuitã. Se em 2021 a família ficou conhecida no Brasil pela colheita de abóboras gigantes, com uma delas chegando a pesar 98 kg, em agosto de 2023 foi surpreendida com a colheita de canas gigantes, que ultrapassam 3 metros de altura, tamanho incomum para as variedades colhidas na região.
Em visita ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Ibirapuitã, ao qual é associado, Eloy Calegari levou duas unidades para exposição no Sindicato. Ele explicou que a área cultivada com cana-de-açúcar é pequena e a produção deste ano servirá para fabricação de melado, açúcar mascavo e rapadura para consumo próprio da família.
A maior parte da lavoura é destinada ao plantio de soja e milho, além da pecuária leiteira. A família possui o hábito de reservar alguns espaços para diversificação da produção, com plantio de mandioca, feijão, batata-doce, hortaliças, árvores frutíferas e abóboras, que viraram notícia nacional há dois anos com a colheita de três abóboras gigantes: além da abóbora de 98kg, foram colhidas outras duas pesando 78 kg e 72 kg cada.
O potencial produtivo da terra fértil é apontado pelo agricultor como um dos motivos para a colheita de alimentos gigantes. “Não moemos a cana todos os anos, mas geralmente a cada dois anos. Ano passado, por exemplo, ela foi cortada, mas não aproveitamos para consumo humano. Acredito que o potencial da planta tenha relação com a qualidade da terra naquele local, pois já colhemos abóboras da espécie gigante e que também apresentaram exemplares de grandes dimensões”, lembra Eloy.
Associado ao STR de Ibirapuitã há mais de 30 anos, o agricultor Eloy Calegari detalha que o plantio das canas é feito em carreiras abertas com ajuda do trator. Nos sulcos com cerca de 30 cm no solo é onde a cana cortada em pedaços (colmos) é enterrada. O plantio é feito no mês de agosto e a partir do nono mês já é possível fazer a extração da cana para o beneficiamento.
Outro fator indicado como responsável pela “colheita de alimentos gigantes” pela presidente do STR de Ibirapuitã, Iriete Mello, é o manejo adequado da propriedade. “A família do seu Eloy faz um manejo exemplar da lavoura, tendo sempre uma atenção muito grande em garantir que o solo receba os nutrientes que a planta precisa para crescer. Isso faz toda a diferença para essa 'colheita gigante'. Eles também inovam, buscando sementes diferentes e novas variedades que resultam nessas canas de açúcar e abóboras gigantes que viraram atração em Ibirapuitã e região, com pessoas de fora vindo aqui para ver”, revela Iriete.