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Agrotecno Leite começa na próxima quarta-feira

A moeda recebida pelo produtor de leite passou de centavos para real. O preço pago no campo é o maior dos últimos seis anos em termos reais, descontando a inflação do período e há sete meses consecutivos apresenta crescimento. Em agosto, segundo o CEPEA, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP, o preço bruto do leite pago ao produtor (que inclui frete e impostos) subiu 4,2% no Rio Grande do Sul. Foi o mesmo percentual de aumento de Minas Gerais, o maior produtor do país, só que os mineiros receberam em média R$ 1,1168/litro e os gaúchos R$ 1,0080/litro, de acordo com o levantamento.

Quando os valores são convertidos para o dólar comercial americano, é possível analisar a valorização ao longo dos últimos 18 anos. Em 1995 o litro de leite no Rio Grande do Sul valia 0,23 centavos de dólar, este ano, em julho, foi cotado a U$ 0,35. Lembrando que este levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar considera os preços médios pagos aos pequenos e médios produtores. Já os que conseguem volume diário mais expressivo e de melhor qualidade obtém preços mais altos.

É o caso de João Kurtz Amantino que produz 4.700 litros de leite por dia na propriedade próxima a Barragem da Corsan na BR 285 em Passo Fundo. No mês passado ele recebeu R$ 1,14 por litro. Apesar do aumento nos custos como o da ração, ele conseguiu sentir no bolso a valorização do produto. “Isto é fruto de trabalho o ano inteiro, de investimentos em tecnologias e conhecimento que sempre estamos buscando em eventos como a Agrotecno Leite.” O evento vai ser realizado de 25 a 27 de setembro no Centro de Eventos e nos campos de pesquisa da Universidade de Passo Fundo.

Ainda para medir o crescimento do setor, a Emater/RS Ascar pesquisou outro comparativo. Desde o ano 2000 o preço do leite tem acompanhado alguns indicadores como o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) que serve para monitorar a inflação e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M). Esses dados mostram que entre janeiro de 2000 e julho de 2013 a cotação do leite evoluiu 229,17% contra 132,55% do IPCA e 188,69% do IGPM. 

As elevações dos preços ao produtor nos últimos meses foram sustentadas pelo consumo aquecido da população que não deixou de adquirir leite e derivados apesar da valorização dos produtos nas gôndolas dos supermercados. Para o mês de setembro, os analistas acreditam numa estabilidade dos preços, pois avaliam que este consumo pode não se sustentar.

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