Grupo Planalto de comunicação

Albino Manique: o legado e a história de um mestre Autor de vaneirinhas, rancheiras e grandes obras

Foto: Divulgação/Spotify

Quando falamos em gaiteiro ou “mestres dos gaiteiros”, com certeza vem à memória o nome e a irreverência de nada mais, nada menos, que Albino Manique. Albino Batista Manique é autor e responsável por grandes sucessos, incluindo vaneirinhas, rancheiras e, claro, seus solos de gaita, que servem de exemplo e referência para todos os acordeonistas. Nascido em 12 de março de 1946, em São Francisco de Paula, Manique se mudou para Porto Alegre aos 11 anos, com o objetivo de se tornar um músico profissional do cancioneiro gaúcho. Desde os sete anos, já demonstrou talento e paixão pela música. Albino sempre esteve interessado pela música gaúchesca; seu pai era gaiteiro e, automaticamente, ele se apegou ao instrumento. Albino aprendeu a tocar sozinho e desenvolveu uma identidade única em sua marcha. Seu toque e sua musicalidade são uma referência até os dias de hoje, tanto para a geração mais antiga quanto para a nova geração de músicos, gaiteiros e fãs. Suas escalas e práticas, como os contratempos da baixaria, a técnica e agilidade no teclado, fazem com que sua identidade se torne cada vez mais forte. Albino é criador de grandes arranjos gaúchos, como a Madrugada , O Gaiteiro , Bombachudo , Doce Saudade , Bom de Baile, Baile de Candeeiro, Nina , Dançando com Ela, Entreveiro no Teclado e muitos outros sucessos.

A Dupla Mirim –Francisco Castilhos (1942-2003) com 14 anos e Albino Manique com 12 anos, se apresentaram em um concurso musical de uma igreja em São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Francisco Castilhos cantava e tocava violão, e Albino Manique o acompanhava no pandeiro. Como a dupla ainda não tinha nome, o animador Jair Teixeira disse que os apresentaria como Dupla Mirim. O nome pegou, e no dia 28 de novembro de 1957 nasceu a Dupla Mirim. Tempos depois, Albino começou a tocar acordeon e, a partir daí, não parou mais. Em 1962, Francisco saiu da dupla para ingressar no grupo Os Araganos. Em 1963, entrou para a dupla o grande violonista Antoninho Duarte. Juntos, gravaram os LPs: Festa na Querência , Rodeio de Emoções ,Mágoas de Trovador e Dupla Mirim . Em 1971 Xico retorna dando o nome de Os Mirins, o grupo seguiu com muito sucesso ganhando discos e ouro e se tornando uma referencia para a música do Sul. O grupo atualmente está com 66 anos de carreira e vem conquistando cada vez mais fãs pelos fandangos sul-tradicionalistas.

Albino nos deixou em 25 de abril de 2024, aos 80 anos. Ele enfrentou problemas de saúde devido a um câncer no pulmão e estava hospitalizado em Porto Alegre. Mas a sua genialidade permanece viva entre seus fãs, amigos e familiares. Seu legado musical, repleto de contribuições inesquecíveis para a música gaúcha, continua a inspirar gerações de músicos e admiradores, que reverenciam seu talento e a emoção que transmite através de sua gaita. A memória de Albino Manique seguirá, eternamente, como uma referência para os artistas e gaiteiros e claro, para a música do Sul do Brasil.

Facebook
Twitter
WhatsApp