Na ata divulgada nesta terça-feira (23), o Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a necessidade de manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano por um “período bastante prolongado”. O Banco Central avalia que a política monetária precisa permanecer em nível “significativamente contracionista” para garantir a convergência da inflação à meta de 3% em 2025, dentro da margem de tolerância de até 4,5%.
O documento aponta que persistem incertezas sobre o impacto de tarifas na inflação dos Estados Unidos e sobre o início do ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve. O BC afirma que, no curto prazo, os movimentos da política monetária norte-americana têm influenciado mais os preços de mercado do que fatores estruturais, como o quadro fiscal das economias desenvolvidas.
No cenário doméstico, a instituição alerta para riscos ligados ao enfraquecimento de reformas estruturais, ao aumento do crédito direcionado e às dúvidas sobre a estabilização da dívida pública. Esses fatores, segundo o Copom, podem elevar a taxa de juros neutra da economia, exigindo uma Selic mais alta para conter a inflação.
O Banco Central também reiterou a importância de uma política fiscal contracíclica, com controle de gastos, para ajudar a reduzir o prêmio de risco e aliviar a pressão sobre os juros futuros.