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Brasil exclui EUA de fórum internacional sobre democracia em Nova York Governo brasileiro considera incoerente presença americana em fórum que defende instituições democráticas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Andrew Harnik/Getty Images

Sob o impacto das sanções impostas por Washington, o governo brasileiro decidiu não convidar os Estados Unidos para a segunda edição do encontro “Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo”, marcado para quarta-feira (24), em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.

O fórum é uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em parceria com os líderes do Chile, Gabriel Boric, da Espanha, Pedro Sánchez, da Colômbia, Gustavo Petro, e do Uruguai, Yamandú Orsi. A expectativa é reunir representantes de cerca de 30 países.

Na edição inaugural, realizada em 2023, os EUA participaram com um enviado do Departamento de Estado, ainda sob a administração de Joe Biden. Desta vez, o Planalto avaliou que a presença americana seria incoerente diante das tensões recentes entre os dois governos e dos ataques feitos à democracia brasileira.

Entre os pontos de atrito estão as críticas de Washington ao sistema eleitoral e ao Judiciário, além de medidas adotadas pelo governo Donald Trump, como sobretaxa de 50% sobre produtos nacionais, cancelamento de vistos de autoridades e sanções contra o ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky.

As relações se deterioraram ainda mais nesta semana, após o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciar novas sanções contra o Brasil em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.

Lula embarca neste domingo (21) para Nova York, onde abrirá na terça-feira (23) os discursos da 80ª Assembleia Geral da ONU. O fórum paralelo pretende articular governos em defesa das instituições democráticas e no combate à desinformação, ao discurso de ódio e à desigualdade social.

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