Uma iniciativa de educação socioambiental desenvolvida pelo projeto de extensão Célula UPF – Sistema de Comunicação Solidária da Universidade de Passo Fundo (UPF), busca engajar a comunidade passo-fundense a separar o lixo seco do orgânico, a fim de ampliar e qualificar o percentual de resíduos que são destinados à reciclagem. No município, dados mais recentes apontam que apenas 6% do lixo gerado é reciclado – o número está acima da média nacional, que é de pouco mais de 2%. Para incentivar e ensinar crianças, jovens e adultos sobre reciclagem de uma forma lúdica e atraente, professores e estudantes extensionistas do curso de Publicidade e Propaganda criaram o jogo de tabuleiro “Caminho da Transformação”.
O coordenador do projeto, professor Me. Olmiro Cristiano Lara Schaeffer, explica que a ideia surgiu a partir de ações que já são realizadas em conjunto entre a UPF e o Programa Educação Socioambiental do Projeto TransformAção, uma associação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis que há 15 anos trabalha com questões socioambientais, especialmente a coleta seletiva solidária. “Recebemos uma demanda do projeto TransformAção de criar adesivos de identificação para um contêiner no Condomínio Morada Além do Horizonte. Ao invés de apenas identificá-lo com o nome dos resíduos, os estudantes resolveram criar um storytelling, associando cada resíduo a um animal, com uma história. No total foram criados cinco personagens que integram a turma de animaizinhos chamada Esquadrão TransformAção. Eles ajudam a separar os resíduos corretamente e a cuidar do meio ambiente”, comenta.
Senhor Polvo, Filhote Urso, Mamãe Pássaro, Cachorro Caramelo e Dona Raposa são os personagens amigos da natureza que integram o Esquadrão TransformAção. Eles representam o óleo de cozinha, o papel, o plástico, o metal e o vidro, materiais que podem ser reciclados e reutilizados se tiverem o destino adequado. A ação de lançamento do ‘Esquadrão’ no condomínio mobilizou os moradores, que, além dos novos adesivos no contêiner, receberam orientações e materiais de comunicação, como a história de cada personagem, passatempos, imã de geladeira e cards para as redes sociais.
O lançamento fez sucesso e teve uma grande receptividade, o que motivou os estudantes a criarem mais materiais do Esquadrão TransformaAção. “Em parceria com o Projeto Mãos na Terra, do Colégio Metodista IE, que participava de oficinas, foram criadas histórias interativas e até uma gincana dos personagens do Esquadrão TransformAção. Nessas experiências, o engajamento das crianças e adolescentes foi tão intenso que surgiu a ideia de produzir um jogo de tabuleiro que as crianças pudessem levar para casa para jogar outras vezes com seus amigos e familiares, ampliando o alcance e a qualidade das informações sobre a separação correta de resíduos, de forma lúdica e divertida”, comenta o professor.
Por meio de um trabalho em equipe, o jogo Caminho da Transformação foi desenvolvido pelos estudantes e testado por crianças, que fizeram algumas considerações importantes para melhorar a experiência de jogar. Depois de algumas adaptações, agora ele está pronto e será distribuído gratuitamente aos participantes das oficinas e das atividades de educação ambiental do Projeto TransformAção. A criação e impressão do jogo foram viabilizados por meio da parceria com o Projeto Climate-U e o Green Office UPF. Além dos acadêmicos de Publicidade e Propaganda, integram o Projeto Célula estudantes do Ensino Médio Integrado UPF e do Mestrado em Administração. As cooperativas de catadores de materiais recicláveis Coama, Cootraempo e Recibela também são parceiras do projeto.
UPF mantém parceria com recicladores
Além de proteger a natureza e deixar a cidade mais limpa e sustentável, separar e destinar corretamente os resíduos recicláveis ajuda aumentar a renda dos cerca de cem catadores que trabalham atualmente nas cooperativas de Passo Fundo. Um exemplo de coleta seletiva solidária é a parceria que a UPF mantém com a Coama, ao doar para a cooperativa os resíduos recicláveis gerados na Instituição.
No galpão da cooperativa é realizada a separação, compactação e prensagem. Após, esses resíduos são vendidos para as indústrias recicladoras, que os transformam em novos produtos, gerando renda aos trabalhadores e garantindo que os resíduos produzidos na UPF não contaminem o meio ambiente nem sejam destinados aos aterros sanitários.
“Além de ser um trabalho fundamental para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, a coleta seletiva solidária é uma ferramenta social de inclusão, geração de renda e trabalho digno”, afirma o professor Olmiro.
Segundo ele, a iniciativa oportunizou aos estudantes conhecer de perto a realidade dos trabalhadores das cooperativas e ajudar a solucionar um problema complexo, que é a destinação de resíduos. “Tentamos contribuir para essa questão com criatividade, informação, responsabilidade e solidariedade. Uma oportunidade de conhecer in loco os processos de tratamento de resíduos, diagnosticar problemas de comunicação e, de forma autônoma, propor um projeto encantador como esse, aplicando as técnicas de comunicação que aprendem no curso. É um case de comunicação, de educação, de cidadania”, comenta, destacando que a ação também permitiu aos acadêmicos aprenderem em sintonia com iniciativas internacionais, como o Green Office e planos globais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Fonte: Assessoria/UPF