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Chapéu: símbolo da identidade do gaúcho De peça funcional a patrimônio cultural, o chapéu atravessou séculos de história e se consolidou como um dos maiores ícones do gaúcho

Foto: Pixabay

O chapéu, acessório de origem antiga no Oriente Médio, percorreu um longo caminho até se tornar símbolo do povo gaúcho. Introduzido no Brasil pelos portugueses, ganhou destaque no Rio Grande de São Pedro a partir do século XIX, quando registros históricos já apontavam seu uso entre estancieiros e homens do campo.

Modelos variados marcaram cada época. No período colonial, os colonos açorianos eram vistos com chapéus de palha trançada, enquanto os homens da campanha usavam peças de abas largas, firmadas ao queixo por barbicachos. O jornal O Mensageiro, em 1835, já relatava a presença de chapéus de palha na rotina da população, evidenciando sua popularidade.

Com o passar do tempo, o acessório se consolidou na cultura regional. A Revolução Farroupilha (1835–1845) foi um marco: no início, os gaúchos usavam chapéus estreitos e altos, mas, ao final do movimento, a preferência já recaía sobre os modelos de abas largas, mais práticos para o dia a dia campeiro.

Cada região do Rio Grande do Sul desenvolveu um estilo próprio, veja:

  • Campanha – aba estreita e copa baixa;
  • Missões – aba larga e copa baixa
  • Chapéu tipo tropeiro – aba larga, reta; copa tipo escoteiro;
  • Região Serrana (Vacaria) – aba média, batida dos dois lados.

Por volta de 1950, a Brigada Militar adotou oficialmente o modelo de aba larga, inspirado na Polícia Montada Canadense, reforçando ainda mais sua presença no imaginário gaúcho.

Não é só um adereço, o chapéu tornou-se sinônimo de respeito e identidade. Como observa o pesquisador Luiz Celso Hyarup, descobrir a cabeça em locais fechados ou diante da Bandeira Nacional é um gesto de cortesia, enraizado na tradição. O gaúcho, seja no campo ou na cidade, reconhece no chapéu um símbolo que ultrapassa gerações.

Confira as imagens ilustrativas retiradas do livro “Indumentária Gaúcha” publicado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG):

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