O novo julgamento de Luciano Costa dos Santos, conhecido como Costinha, acusado de participação na chacina da Cohab em Passo Fundo, teve início nesta quinta-feira (11) com atraso de aproximadamente duas horas. A sessão é presidida pelo juiz substituto da 1ª Vara Criminal, Dr. André Luis Ferreira Coelho, e tem previsão de se estender até sexta-feira (12).
O primeiro depoimento foi da mãe de Diênifer Padia, de 26 anos, uma das três vítimas do crime ocorrido em maio de 2020, que também vitimou Alessandro dos Santos, 35 anos, e Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos. Ela relatou que estava trabalhando no momento em que recebeu a notícia da tragédia e, ao chegar ao local, afirmou já saber quem havia cometido os homicídios, apontando Fernanda Rizzotto e o empresário Eleandro Roso como responsáveis.
A mãe contou que as ameaças contra Diênifer já vinham ocorrendo desde quando a jovem trabalhava em uma granja. Emocionada, disse: “Este crime destruiu minha vida… destruiu nossa família”. Ela também mencionou que a esposa de Alessandro e mãe de Kétlyn passou a receber acompanhamento psicológico após o crime e chegou a pensar em suicídio em várias ocasiões.

Luciano Costa dos Santos já havia enfrentado o Tribunal do Júri em agosto de 2024, quando foi condenado a 44 anos de prisão pelas mortes de Alessandro e Kétlyn, mas absolvido pela morte de Diênifer, considerada alvo central dos mandantes. Sua então companheira, Monalisa Kich, também julgada naquele momento, foi absolvida.
Meses depois, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o julgamento, apontando contradições na decisão dos jurados, e o caso retorna agora à plenária. Desde o primeiro júri, o processo ganhou novos capítulos. Em 2024, foram presos os irmãos Fernanda Rizzotto e Claudiomir Rizzotto, que estavam foragidos há quatro anos. Eles são apontados como mandantes do crime, ao lado do empresário Eleandro Roso, já condenado a mais de 60 anos de prisão em julgamento anterior. Conversas e documentos trazidos pelas novas prisões devem ser utilizados tanto pela acusação quanto pela defesa.
A acusação sustenta que Luciano teve participação direta no planejamento e execução do crime, ajudando a viabilizar o assassinato de Diênifer, enquanto Alessandro e Kétlyn teriam sido mortos para não restarem testemunhas. A defesa, por sua vez, alega que a participação do réu se restringiu a uma investigação paralela sobre a vida de Diênifer meses antes dos homicídios, sem envolvimento direto nas mortes.

Relembrando o crime
Na noite de 19 de maio de 2020, criminosos entraram na residência da família, no bairro Cohab I, sob o pretexto de comprar móveis anunciados na internet. Lá, renderam as vítimas e as mataram por estrangulamento com lacres plásticos. Outras três crianças que estavam na casa presenciaram a cena, mas escaparam sem ferimentos.
As investigações apontam que a motivação do crime estava ligada ao relacionamento extraconjugal entre Diênifer e Eleandro Roso, que resultou no nascimento de uma criança. O conflito com a esposa dele, Fernanda, teria levado à decisão de eliminar a jovem.
A expectativa é que a sessão continue nesta sexta-feira (12), com novos depoimentos e debates entre acusação e defesa antes da decisão dos jurados.
Reportagem: Redação
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