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Colheita de soja ultrapassa a metade da área de cultivo, e perdas na produtividade permanecem


A área de soja colhida no Estado alcançou 54% das lavouras. Restam 36% em maturação e 10% ainda em enchimento de grãos. Conforme o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (20/04) pela Emater/RS-Ascar, as condições do tempo foram apropriadas à colheita até a metade do período. A partir da segunda metade, devido à ocorrência de precipitações e da permanência de nebulosidade e umidade do ar elevada em algumas áreas, não houve andamento dos trabalhos de colheita, aumentando a perda de grãos por falhas no sistema de trilha.

De maneira geral, o produto colhido apresenta adequada umidade dos grãos, variando de 13% a 16%. Porém, há impurezas e maior umidade nas lavouras mais infestadas por plantas daninhas, onde não foi possível realizar a dessecação para colheita. A safra também está caracterizada por um aumento de perdas na colheita em relação à plataforma de corte e à alimentação das colhedoras, devido à menor altura das plantas e da inserção dos legumes, o que dificulta o recolhimento. Apesar disso, as perdas na colheita ainda se mantêm próximas ao limite aceitável.

Continuam os relatos de perdas de produtividade muito elevadas em lavouras, inviabilizando a colheita. Em algumas dessas áreas, já são efetuados o preparo de solo com grade para o manejo de plantas daninhas, bem como a implantação de plantas de cobertura destinada à produção de palhada para o próximo cultivo de trigo. Os produtores que possuem lavouras em terras baixas e irrigadas no sistema sulco-camalhão estão atingindo excelentes produtividades.

Os preços estão em contínua queda, o que preocupa os produtores, que já sofrem prejuízos expressivos em razão da estiagem. Após algumas safras que não foram benéficas às vendas de soja para o mercado futuro, neste ano, a estratégia tem se mostrado bastante favorável por conta das diferenças positivas de até R$ 50,00 por saca para negócios efetuados antecipadamente.

A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade atual está estimada em 2.175 kg/ha. A Emater/RS-Ascar realizará, ainda em abril, nova avaliação de safra, pois os resultados regionais indicam que a produtividade ainda pode sofrer alterações negativas.

CULTURAS DE VERÃO

Milho – A área cultivada de milho no Estado é de 810.380 hectares.

A evolução da colheita foi quase nula, elevando a área colhida para 81%. A operação avançou somente em localidades onde não há o cultivo de soja, em pequenas lavouras e com máquinas de colheita de pequeno porte. A produtividade manteve-se em 4.471 kg/ha, representando uma redução de aproximadamente 40% na produção do Estado, atribuída à estiagem.

As lavouras tardias, algumas semeadas após o período recomendado, apresentam um desenvolvimento regular. A previsão de frio pode provocar impactos para essas lavouras, pois as fases de desenvolvimento em que se encontram – em floração, 2%, e em enchimento de grãos, 6% – ainda necessitam de temperaturas elevadas e de intensa radiação solar para manterem o potencial produtivo e completarem o ciclo.

Milho silagem – A área implantada no Estado é de 357.476 hectares. A produtividade atual é de 23.023 kg/ha, consistindo em redução de 39,18%, projetados no início do cultivo. A colheita permanece próxima a 90% da área cultivada.

Arroz – A colheita aproxima-se do final em parte das principais regiões produtoras. No Estado, a operação evoluiu de 80% para 91%, obedecendo o ritmo de finalização de ciclo das lavouras. As lavouras em maturação são 8%, e resta 1% em enchimento de grãos.

A produtividade estimada é de 7.744 kg/ha, representando uma redução de 5,86% na projeção inicial. As lavouras a serem colhidas a partir da segunda quinzena de abril devem sofrer redução na média de produtividade em decorrência do menor número de horas de insolação e, em alguns casos, das limitações na irrigação.

Feijão 1ª safra – A área cultivada em 1ª safra é de 31.449 hectares. A colheita foi encerrada na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul. A qualidade e o rendimento são considerados excelentes, e a produtividade alcançada é de 2.200kg/ha. Com a finalização da colheita nesse regional, a primeira safra está tecnicamente encerrada no Estado, restando pequenos cultivos para o autoconsumo. A estimativa de produtividade é de 1.576 kg/ha, o que representa um decréscimo de 7,36% em relação à estimativa inicial.

Feijão 2ª safra – A área destinada ao cultivo é de 20.127 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.376 kg/ha.

Ainda predominam as fases reprodutivas de floração e de enchimento de grãos. De modo geral, as condições do tempo no período foram favoráveis para a cultura. Houve predomínio de temperaturas elevadas na maior parte da semana, o que beneficiou as lavouras em todas as fases de desenvolvimento. Porém, a queda de temperaturas após o evento de chuvas desacelerou o ritmo do ciclo de desenvolvimento e pode impactar no desempenho produtivo. O cenário atual dos cultivos é de normalidade, mas há algumas incidências microrregionais de problemas no estabelecimento inicial devido aos solos secos, o que diminuiu o número de plantas por hectare, ficando abaixo do estande ideal.

APICULTURA – As temperaturas amenas mantiveram os enxames ativos, que realizaram a coleta de pólen e néctar, apesar da redução das floradas. Seguem a realização da colheita e das revisões bem como o manejo de outono nas colmeias. Muitos produtores estão estocando a produção devido aos baixos preços praticados no momento.

FRUTÍCOLAS

Kiwi – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a colheita tem ganhado ritmo lentamente. O estado fitossanitário das plantas e dos frutos é muito bom. Os produtores que ainda não iniciaram a colheita seguem monitorando o teor de açúcar dos frutos para iniciar a colheita assim que o ponto estiver ideal. Também é realizado o monitoramento da ocorrência de mosca-das-frutas. Mercadologicamente, há boa demanda de compra desta safra, animando os produtores. O preço médio recebido pela fruta a granel ficou em R$ 4,00/kg.

Oliva – Na região de Bagé, em São Gabriel, a colheita das azeitonas supera 60% das áreas que já estão em fase de produção. Continuam sendo observadas grandes variações nas produtividades entre as diferentes cultivares, evidenciando maior adaptação de alguns materiais.

 

Crédito foto: João Villa – Emater/RS-Ascar

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