Grupo Planalto de comunicação

Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo se manifesta sobre falta de água no município Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF) emitiu uma manifestação pública

Créditos: divulgação

A crise no abastecimento de água em Passo Fundo tem provocado indignação entre moradores e organizações da sociedade civil. Com temperaturas elevadas e um verão de calor intenso, milhares de famílias, estabelecimentos comerciais e instituições enfrentam, especialmente desde a última quinta-feira (20), dificuldades para acessar um recurso essencial.
Diante da situação, a Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF) emitiu uma manifestação pública cobrando providências imediatas. Acompanhe:

 

“MANIFESTAÇÃO PÚBLICA EM DEFESA DO DIREITO À ÁGUA EM PASSO FUNDO
A Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo – CDHPF e as demais organizações  Populares abaixo subscritas, manifestam profunda preocupação diante da crise de abastecimento de água que afeta diariamente milhares de lares, estabelecimentos e instituições.
Em pleno verão, onde as temperaturas apresentam recordes de elevação, inúmeras famílias enfrentam dificuldades extremas devido à ineficiência da empresa responsável pelo serviço, a AEGEA, que até o momento não apresentou nenhuma explicação plausível para o caos instalado.
O acesso à água é um direito humano fundamental, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e garantido pela Constituição Federal do Brasil. Esse direito não pode ser tratado como uma mercadoria sujeita à lógica do mercado, pois a água é um recurso essencial para a vida, a saúde e a dignidade humana. No entanto, a privatização desse serviço tem se mostrado um fracasso em diversos municípios brasileiros, resultando em precarização do abastecimento, aumentos abusivos de tarifas e ausência de investimentos adequados para garantir a universalização do acesso.
Todo o abastecimento de água e os serviços de esgotamento sanitário são responsabilidade do Município que fez concessão a uma empresa privada. E fez isso a portas fechadas, pois o contrato que autorizou à transferência dos direitos de concessão, viabilizando a privatização, não foi submetido à Câmara de Vereadores e nem tornado público pelo prefeito municipal. TODA a responsabilidade pela oferta adequada de acesso à água é de
responsabilidade do Prefeito e, se não estiver à contento o serviço feito pela concessionária, cabe a ele tomar as medidas para que ocorra de modo adequado.
É inaceitável que o prefeito de Passo Fundo, até o momento não tenha dado esclarecimentos nem apresentado soluções concretas para a crise. Exigimos que ele cumpra seu dever, faça valer as prerrogativas da concessão e responsabilize a empresa por sua ineficiência, exigindo melhorias imediatas no serviço. É sua responsabilidade garantir que o direito básico à água seja assegurado a toda a população.

Diante desse cenário, entendemos ser necessário:
1. Esclarecimentos imediatos por parte da AEGEA e da Prefeitura de Passo Fundo sobre
as razões da falta de abastecimento e também informações sobre as medidas para
solucionar o problema;
2. Adoção de um plano emergencial de abastecimento para garantir a população tenha
acesso à água de forma contínua e suficiente para suas necessidades básicas;
3. Abertura de uma investigação rigorosa sobre a conduta da empresa e possíveis
falhas na fiscalização por parte do Poder Público;
4. Garantia de transparência e participação popular no debate sobre a prestação do
serviço de abastecimento de água em Passo Fundo;
5. Cumprimento rigoroso do contrato de concessão por parte da AEGEA, com
penalidades em caso de descumprimento e, se necessário, a revisão ou rompimento do
contrato para garantir a universalização do serviço.
6. Isenção de cobrança aos consumidores afetados como reparação do dano moral
coletivo causado pela interrupção do serviço.
7. Que o Município e a AEGEA realizem, em regime de urgência, o cadastramento
dos consumidores afetados nos locais onde residem para dimensionamento de
eventuais restituições de prejuízos sofridos (cessantes e emergentes).
Não aceitaremos o silêncio nem a negligência diante de uma crise que compromete a
vida e o bem-estar de nossa comunidade. Conclamamos todas as organizações populares,
movimentos sociais e cidadãos a se unirem nesta luta pelo direito à água, pela
responsabilização daqueles que falham em garantir esse direito essencial e contra a
privatização de serviços públicos fundamentais.

Passo Fundo, 24 de fevereiro de 2025
Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF)”

Facebook
Twitter
WhatsApp