A Polícia Civil desarticulou um grupo criminoso que fraudava leilões virtuais de gado no Rio Grande do Sul. Segundo as investigações, os criminosos utilizavam dados de pecuaristas para se cadastrar em plataformas de leilões online, arrematar animais e tentar liberar o transporte antes da confirmação do pagamento.
A operação, batizada de Lance Falso, foi realizada nesta quarta-feira (27) pela 3ª Delegacia de Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Camaquã, com apoio da Delegacia de Polícia de Passo Fundo.
Um dos casos identificados ocorreu em 6 de março deste ano, quando dados de um produtor rural de Marques de Souza foram usados para arrematar 12 cabeças de gado em um leilão em Canguçu. Embora as Guias de Trânsito Animal (GTAs) tenham sido emitidas, foram posteriormente canceladas após a insistência do grupo em liberar os animais antes do pagamento.
O mesmo pecuarista também teve seus dados usados em outra fraude, em 14 de fevereiro, quando foram arrematados 84 bovinos em um leilão virtual de uma empresa especializada. Em ambos os episódios, o número de telefone informado no cadastro não tinha relação com o verdadeiro produtor.
Outro golpe foi registrado em Alecrim, onde um pecuarista teve seus dados utilizados para simular a compra de 30 cabeças de gado, avaliadas em R$ 83,5 mil. Nesse caso, os animais chegaram a ser entregues em Soledade a um falso comprador que se passou por produtor rural.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca em Passo Fundo, Nicolau Vergueiro e Ibirapuitã. A ação resultou na apreensão de provas e na identificação de dois suspeitos, que agora são investigados por falsidade ideológica, falsificação de documentos, estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa. As penas para esses crimes, somadas, podem ultrapassar 25 anos.
“O trabalho de fiscalização e a rápida resposta das autoridades são fundamentais para desarticular grupos criminosos e proteger a cadeia produtiva da pecuária de golpes e fraudes virtuais”, destacou o delegado Heleno dos Santos.
Reportagem: Redação
Grupo Planalto de Comunicação
